Um homem que passou tempo recorde no corredor da morte está finalmente livre após a promotoria ter dito que não vai apelar de sua absolvição.
A notícia está fechando o caso de assassinato de 1966 após quase meio século de batalhas jurídicas.
A promotora-geral Naomi Unemoto disse que a promotoria decidiu não apelar da decisão tomada pelo Tribunal Distrital de Shizuoka que inocentou Iwao Hakamada em um novo julgamento 58 anos após sua prisão, dizendo: “Lamentamos por colocá-lo em uma situação legalmente instável por um período de tempo extremamente longo”.
Hakamada, ex-boxeador de 88 anos, foi inocentado em 26 de setembro pelo tribunal de Shizuoka, o qual concluiu que a polícia e promotoria colaboraram em fabricar e plantar evidência contra ele. O tribunal disse que ele foi forçado a confessar através de interrogatórios violentos e de longa duração.
A decisão da promotoria de não apelar 2 dias antes do prazo de 10 de outubro finaliza a absolvição da Hakamada pelo tribunal distrital.
“Estou feliz que finalmente resolvemos isso. Caso encerrado”, disse a irmã de Hakamada, Hideko, de 91 anos, aos repórteres após receber uma ligação de seu advogado sobre a decisão da promotoria.
Hakamada foi condenado pelo assassinato em 1966 de um executivo e 3 de seus familiares e ateado fogo na casa onde moravam na central do Japão.
Ele foi condenado à morte em 1968, mas não foi executado devido ao demorado processo de apelação e novo julgamento no sistema de justiça notoriamente lento do Japão.
O ex-boxeador se tornou o quinto condenado à morte a ser inocentado em um novo julgamento no Japão pós-guerra, onde o índice de condenação é de mais de 99% e novos julgamentos são extremamente raros.
Hakamada passou mais de 45 anos no corredor da morte, fazendo com ele se tornasse a pessoa que mais tempo ficou nessa situação, de acordo com a Anistia Internacional.
Com a resolução de terça-feira, Hakamada é agora elegível para receber uma compensação do governo de até ¥200 milhões (US$1.4 milhão).
Fonte: The Independent