Shigeru Ishiba disse que eleitores apresentaram um ‘julgamento severo’ ao seu partido (NHK)
O partido governista do Japão perdeu sua maioria pela primeira vez em 15 anos, enquanto a eleição geral de domingo (27) representou um grande golpe ao novo primeiro-ministro Shigeru Ishiba em meio à fúria do público por infortúnios econômicos e uma série de escândalos políticos.
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O Partido Liberal Democrático (PLD) e seu parceiro de coalizão Komeito garantiram apenas 215 dos 465 assentos da câmara baixa, menos dos que os 233 necessários para alcançar maioria, de acordo com a NHK.
Essa é a primeira vez desde 2009 que o PLD perdeu sua maioria na câmara baixa da Dieta, o parlamento nacional. O PLD, uma máquina política conservadora, dominou o país quase que continuamente desde a fundação do partido em 1955.
Ishiba disse que eleitores apresentaram um “julgamento severo” ao seu partido, divulgou a NHK.
Antes das eleições, o PLD e seu parceiro Komeito tinham uma maioria estável de 279 assentos enquanto só o PLD contava com 247. No domingo, o PLD ganhou apenas 191 assentos.
A principal oposição, o Partido Democrático Constitucional do Japão (PDCJ) ganhou 148 assentos, um aumento significante de 98. O líder do CDPJ, Yoshihiko Noda, disse em uma coletiva de imprensa no domingo, “Nossa meta é quebrar a maioria do partido governista, e nós alcançamos isso, que é uma grande realização”.
Ishiba, ex-mininstro da Defesa, convocou uma eleição antecipada logo após ganhar a liderança do partido no mês passado, buscando reforçar seu mandato público.
O resultado sinaliza uma incerteza política, visto que Ishiba pode agora enfrentar dificuldade para formar um novo governo.
Para se manter no poder, o PLD poderá tentar trazer outros partidos para sua coalizão ou reger através de um governo de minoria, com ambas as opções colocando a posição de Ishiba como primeiro-ministro sob risco.
Antes da eleição, o PLD enfrentava índices de aprovação em queda e descontentamento público devido a um dos maiores escândalos políticos do país, assim como custos de vida em alta, que foram exacerbados pela desvalorização do iene, uma economia em desaceleração e inflação alta.
O ex-primeiro-ministro Fumio Kishida tentou conter os danos ao substituir vários ministros do gabinete e dissolver facções do PLD. Contudo, ele enfrentou pedidos de renúncia e anunciou em agosto que não disputaria um segundo mandato.
Ishiba, um político veterano, prometeu ajuda financeira para famílias de baixa renda, um salário-mínimo maior e revitalização regional. Ele também prometeu uma “saída completa” dos altos índices de inflação, garantindo alcançar “crescimento em salários reais”.
Fonte: CNN