O governo japonês descartou na quinta-feira (14) abolir a pena de morte, rejeitando pedidos de especialistas jurídicos no país por uma revisão em meio à pressão internacional para encerrar execuções.
Em uma coletiva de imprensa, o secretário-chefe do Gabinete, Yoshimasa Hayashi, disse, “O governo acredita que não é apropriado abolir” a pena de morte.
“Pena de morte é inevitável para uma pessoa que cometeu um crime extremamente grave e deplorável”.
Na quarta-feira (13), um painel composto por 16 membros, incluindo um ex-policial de alta patente e acadêmicos, propôs ao Gabinete e ao parlamento a estabilização de um conselho de conferência para discutir se manterá a pena de morte.
Citando o caso de Hakamada, um homem de 88 anos que passou cerca da metade de um século no corredor da morte antes de ser absolvido em um recente novo julgamento por um assassinato quádruplo em 1996, o relatório do painel disse, “Uma vez que um erro ocorre, leva-se muito tempo para corrigi-lo”.
O painel, estabelecido em fevereiro junto à Federação do Japão de Associações de Advocacias que atua como seu secretariado, também disse que abolir o sistema de pena de morte é uma tendência internacional.
O Japão e os EUA são as únicas nações industrializadas do G7 que ainda realizam penas de morte. A União Europeia, que impede a participação de países no bloco que utilizam a pena de morte, tem sido sincera em pedir ao Japão que revise sua posição.
No fim de 2023, cento e quarenta e quatro países haviam abolido a pena de morte em lei ou prática, de acordo com a organização de direitos humanos Anistia Internacional, que também pediu ao Japão que abolisse o sistema.
Fonte: Mainichi