
Primeiro-ministro do Japão (NHK)
No Japão também tem escândalo político e a quinta-feira (13) foi marcada por severas críticas nos noticiários. Foi com o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, que ofereceu vale-presente no valor de 100 mil ienes para cada um dos novos representantes do Partido Liberal Democrata (PLD), convidados para um jantar na residência oficial na noite de 3 deste mês.
Segundo fontes do governo, nenhum dos novos representantes, eleitos a cargo público equivalente a deputado no Brasil, aceitou. Ou seja, todos os 15 devolveram o “presente”.
Por outro lado, Ishiba se defendeu dizendo que os vale-presentes foram comprados do seu bolso, o que significa que não usou verba do PLD tampouco do governo. Portanto, a avaliação dessa fonte é de que não há nada ilegal nisso.
“Um secretário do gabinete do primeiro-ministro veio até o prédio da assembleia e entregou uma sacola de papel, mas como ouviu dizer que tinha vale-presente de 100 mil ienes, ele o devolveu sem verificar o conteúdo”, disse uma fonte ligada a um desses representantes eleitos.
Primeiro-ministro é posto em xeque com esse escândalo
Essa ação de Ishiba tem sido severamente criticada tanto pelos partidos governistas quanto pelos de oposição, o que pode afetar as deliberações da Dieta sobre o projeto de lei do orçamento fiscal de 2025.
Afinal, o PLD agora em minoria, onde a cooperação dos partidos de oposição é essencial para aprovar propostas orçamentárias e outros projetos de lei importantes, isso certamente representará um golpe nas operações do governo.
A Lei de Controle de Fundos Políticos proíbe doações monetárias e de outro tipo para atividades políticas de políticos individuais, mas Ishiba enfatizou que “não é uma doação relacionada à atividade política” e que “ele acredita que não há problema legal” com esse “presente”.
O governo e o partido no poder estão sendo forçados a administrar a Dieta de maneira dura, em parte devido à questão de “política e dinheiro“, que gerava escândalos. Os partidos de oposição também continuam a criticar ex-parlamentares do PLD da facção de Abe que não relataram suas receitas e despesas de financiamento político.
A Câmara dos Representantes está atualmente debatendo questões como a transparência dos fundos políticos e a natureza das doações de empresas e organizações.
À medida que a questão de “política e dinheiro” foi trazida à tona, críticas foram levantadas dentro do PLD, com pessoas dizendo: “É a pior impressão possível e o pior momento possível”.
Mesmo diante das severas críticas por esse escândalo, descarta renúncia
O líder do Partido Democrático Constitucional, Noda, disse: “Não acredito que eles estejam sendo tão descuidados em um momento em que estamos discutindo a reforma política. Esta é uma questão que vai além da discussão da reforma política, e nós iremos perseguir isso na Dieta”.
“A falta de governança do PLD é séria”, disse Iwatani, Secretário-Geral do Partido da Inovação do Japão.
“Ele não tem senso de responsabilidade como primeiro-ministro”, disse o representante do Partido da Restauração. “É politicamente inaceitável e também afetará a aprovação do projeto de lei orçamentária”, disse o representante do Partido Democrático para o Povo.
“Questão séria sobre qualificações para primeiro-ministro”, apontou Koike, do Partido Comunista.
O líder do Reiwa Shinsengumi, Yamamoto, comentou: “Os 100 mil ienes devem ser pagos não apenas aos novos legisladores do PLD, mas também aos cidadãos que estão sofrendo com os altos preços”.
Apesar de todas as críticas diante desse escândalo político, Shigeru Ishiba, descartou a possibilidade de renúncia, informou a agência de notícias Kyodo.
Fontes: NHK, Yomiuri, JNN e Kyodo