
Presidente Putin na coletiva de imprensa (© Sofya Sandurskaya/TASS)
O presidente russo Vladimir Putin disse, na quinta-feira (13), horário de Moscou, que a luta deve acabar na Ucrânia, mas acrescenta que um cessar-fogo deve levar a uma “paz duradoura e remover as causas subjacentes dessa crise”.
Ele disse que a ideia de um cessar-fogo é “boa e nós a apoiamos totalmente, mas há questões que precisamos discutir”.
Ele fez um pronunciamento em coletiva de imprensa, junto com o líder da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, enquanto o enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Steve Witkoff, chegava a Moscou antes das negociações entre EUA e Rússia sobre a proposta de cessar-fogo de 30 dias.
“O líder russo enfatizou que Moscou está preparada para negociar os próximos passos para acabar com o conflito na Ucrânia e chegar a acordos aceitáveis com base na situação em rápida evolução no terreno, que está mudando a favor da Rússia”, informou a agência russa TASS.
“Nós apoiamos, mas há nuances”, observou Putin.
Segundo a TASS, “embora ele reconhecesse que ‘a ideia em si é correta’, enfatizou a necessidade de mais discussões. ‘Acho que devemos nos comunicar com nossos colegas e parceiros americanos, talvez até mesmo marcar uma ligação com o presidente [Donald] Trump’”.
O presidente Donald Trump disse que houve “bons sinais” vindos da Rússia e ofereceu otimismo cauteloso sobre a declaração de Putin. Ele reiterou que está pronto para falar com ele e ressaltou que é hora de acabar com a guerra.
Por outro lado, “Putin tem medo de dizer diretamente ao presidente (EUA) (Donald) Trump que ele quer continuar esta guerra, que ele quer matar ucranianos. É por isso que eles em Moscou exigem tais pré-condições para um cessar-fogo que o tornará impossível ou o (adiará) o máximo possível”, disse Zelensky.
Desafios na verificação do cessar-fogo

Garagens queimando após ataques de drones russos contra a comunidade de Okhtyrka em Sumy Oblast, Ucrânia, durante a noite de 13 de março de 2025. (Administração Militar Regional de Sumy Oblast/Telegram)
Monitorar o cessar-fogo na Ucrânia será desafiador se os combates pararem, segundo o líder russo: “Quem determinará onde e quem violou um possível acordo de cessar-fogo ao longo de uma linha de 2 mil quilômetros? Quem atribuirá a culpa por quaisquer violações? Todas essas são questões que exigem um exame completo de ambos os lados.”
Putin também observou sobre o retorno das companhias estrangeiras, as quais serão bem-vindas no seu território, “mas criaremos vantagens especiais para que ninguém retorne aos nossos mercados”, disse.
Sob seu ponto de vista “As sanções do Ocidente forneceram à Rússia uma base sólida para independência e soberania”.
Conflito iniciado por Putin dura mais de 3 anos
O ataque russo à Ucrânia teve início em 24 de fevereiro de 2022.
Segundo a Wikipedia, até fevereiro deste ano, a Ucrânia perdeu 46 mil pessoas, entre militares e civis; e 380 mil foram feridos. A Rússia teria perdido 115 mil pessoas e 500 mil ficaram feridos, segundo levantamento dos Estados Unidos.
Os números de pedidos de asilo são impressionantes, segundo a ONU: 6 milhões de refugiados e mais de 8 milhões de pessoas que se deslocaram da Ucrânia, internamente.
Fontes: Kyiv Independent, TASS, Al Jazeera e Wikipedia