
Trump e as cartas para 8 países, incluindo o Brasil (JNN)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifaço para oito países, além do atual já existente: 20% às Filipinas, 30% ao Iraque, outros, e 50% ao Brasil, valendo a partir de 1.º de agosto deste ano.
A imprensa internacional repercutiu o tarifaço sobre os produtos do Brasil, divulgando amplamente o motivo, que não foi comercial, mas por causa do julgamento do ex-presidente Bolsonaro e também pelas falas do presidente Lula no BRICS.
No documento, Trump justifica a medida citando o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Ele também destacou ordens do STF emitidas contra apoiadores do ex-presidente brasileiro que mantêm residência nos Estados Unidos.
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O presidente Trump justifica a medida tarifária citando ainda supostos “ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos“.
A manifestação ocorreu na mesma semana em que Trump e Lula trocaram críticas por conta da realização da cúpula do BRICS, bloco que reúne as maiores economias emergentes do planeta, no Rio de Janeiro. Trump chegou a ameaçar os países do grupo com imposição de tarifas comerciais, o que agora se materializa no caso brasileiro.
Repercussão do tarifaço: entidades se manifestam

Presidente Lula (Agência Brasil)
Esta é a primeira vez que um motivo diferente das relações comerciais é citado para a imposição do tarifaço, e o presidente Lula insinuou a possibilidade de medidas retaliatórias.
O anúncio do tarifaço da ordem de 50% para importação de produtos brasileiros pelos Estados Unidos, feito na quarta-feira (9) pelo presidente Donald Trump, repercutiu entre entidades empresariais brasileiras que, em linhas gerais, pedem mais diplomacia e menos ideologia.
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) considerou a decisão do presidente estadunidense o resultado de um “embate” entre Trump e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que não tem argumentos que a justifiquem.
“[A decisão] ultrapassa os limites da diplomacia ao utilizar a questão tarifária como instrumento de disputa pessoal e ideológica”, diz nota da entidade.
Para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) é necessário diálogo com “serenidade e responsabilidade” nas relações comerciais internacionais.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) também citou a diplomacia e a importância de se acionarem canais diplomáticos e institucionais “para restabelecer o ambiente de confiança e previsibilidade que sempre caracterizou a relação bilateral” entre o Brasil e os Estados Unidos.
A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) demonstrou preocupação com a desvantagem competitiva que o Brasil enfrentará frente a outros fornecedores internacionais com tarifas inferiores, e citou Itália, Turquia, Índia e China.
Fontes: Agência Brasil, NHK e JNN







