
Foto meramente ilustrativa de soldado em combate (PM)
A família do jovem brasileiro Gabriel Pereira, de 21 anos, natural de Minas Gerais, confirmou que ele morreu em combate próximo à fronteira com a Rússia, na Ucrânia. Segundo os familiares, Gabriel atendeu a um anúncio publicado nas redes sociais, no início do ano.
Ele teria sido atraído por promessas de suporte e facilidades para combater pela Ucrânia, mas a família ainda não obteve informações sobre o paradeiro do corpo. Tampouco teria recebido apoio do governo ucraniano.
Segundo o jornal Notícias ao Minuto, além de Gabriel, outro brasileiro, o catarinense Gustavo Viana Lemos, de 31 anos, também teria se voluntariado para lutar ao lado das tropas ucranianas. Ex-integrante da Marinha do Brasil, ele deixou Santa Catarina em fevereiro e seguiu para a Ucrânia. De acordo com a família, amigos próximos relataram que ele morreu em missão, mas até o momento não há confirmação oficial.
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Esse esquema de recrutamento que atrai brasileiros é divulgado nas redes sociais. O interessado deve arcar com os custos do “tour mais perigoso da Europa”. Além disso, a ida deve ser mantida em segredo, até mesmo da família. Porém, prometia salário em dólar, treinamento e equipamentos.

Posts nas redes sociais (reprodução/Notícias ao Minuto)
Quando o recrutado chega à Ucrânia, é enviado para o front de batalha, sem qualquer tipo de treinamento, ao contrário do que se divulga.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, 9 brasileiros já morreram no conflito e outros 17 estão desaparecidos.
Quem era o jovem mineiro
O jovem Gabriel Pereira trabalhava como cobrador de ônibus em Belo Horizonte (MG) antes de embarcar para a guerra. Ele bancou sua viagem, de cerca de 3 mil reais (aproximadamente 79,5 mil ienes).
Em março de 2025, desembarcou em Varsóvia, na Polônia, e de lá seguiu para Kiev, capital da Ucrânia, onde cumpriu trâmites burocráticos junto ao exército. Logo depois, foi enviado para zonas de combate, segundo o jornal Notícias ao Minuto.
“De Kiev, a gente soube que diziam para os meninos que fariam treinamento, mas, na verdade, já mandaram direto para posições de batalha, já no front de guerra”, afirmou João Victor Pereira, irmão do jovem.
Família desamparada
Gabriel manteve contato com os familiares até 3 de julho. Naquele momento, teria sido enviado para uma das regiões mais perigosas do conflito, sem passaporte e sem preparo adequado. O nome dele aparece em listas divulgadas por perfis russos que reportam as baixas ucranianas. No dia 17 de julho, um amigo que também havia servido, mas retornado ao Brasil, entrou em contato com colegas que confirmaram a morte do jovem.
Os pais e o irmão do jovem afirmam que ainda não têm informações sobre o paradeiro do corpo e não receberam qualquer apoio do governo ucraniano.
Segundo os familiares, Gabriel assinou um contrato que previa o envio do corpo ao Brasil em até 45 dias após a morte. No entanto, como o falecimento não foi reconhecido oficialmente pelo governo ucraniano, o processo está parado.
Relatos indicam que muitos brasileiros recrutados têm seus passaportes retidos pelas forças estrangeiras, o que dificulta a identificação em caso de morte e impede a repatriação dos corpos.
Fontes: Notícias ao Minuto, CBN e TV Pampa







