
Novas estatísticas apontam para alta incidência de suicídio materno no Japão (imagem ilustrativa/PM)
Um total de 162 mulheres grávidas e no pós-parto morreram por suicídio no Japão entre 2022 e 2024, conforme revelado por novas estatísticas que chamam a atenção para grupos etários de alto risco.
Os dados destacam dois grupos particularmente vulneráveis: mulheres na faixa dos 20 anos durante a gravidez e mulheres no início dos 40 anos, no ano após o parto.
O Centro de Promoção de Contramedidas (JSCP) realizou a análise dos dados brutos fornecidos pela polícia, marcando a primeira avaliação do Japão sobre estatísticas de suicídio no período perinatal.
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A decisão da Agência Nacional de Polícia em 2022 de começar a rastrear esses casos impulsionou esta análise pioneira.
Dos 162 casos de suicídio, 28% ocorreram durante a gravidez, 16% por cento nos dois meses após o parto e 56% entre três meses e um ano pós-parto.
Mulheres grávidas mais jovens, de 20 a 24 anos, apresentaram risco mais elevado, com uma taxa de 7,5 suicídios por 100 mil nascimentos.
A taxa de suicídio dentro de um ano após o parto foi mais alta entre mulheres de 40 a 44 anos, com 13% por 100 mil, quase o dobro da taxa de 6,6 entre mulheres de 35 a 39 anos.
Suporte específico
Os dados sugerem um risco desproporcionalmente maior de suicídio para mulheres gestantes jovens e mulheres de 40 anos no pós-parto, destacando a necessidade de suporte específico para esses grupos de idade.
Entre fatores comuns, o JSCP identificou problemas familiares como frequentes entre mulheres grávidas casadas, enquanto mulheres sem maridos enfrentavam problemas de relacionamento.
Para as mães no pós-parto, as causas principais foram, igualmente, questões familiares, particularmente as dificuldades no cuidado com os filhos, e problemas de saúde, como depressão.
Sofrimento emocional devido a muitas mudanças físicas e psicológicas
O diretor do JSCP, Yasuyuki Shimizu, ressaltou a necessidade de apoio mais forte para aqueles em alto risco e de abordagens para famílias em luto. “Não lute sozinha. Dê um passo adiante e busque ajuda”, afirmou Shimizu.
Durante a gravidez e após dar à luz, muitas mulheres sofrem ansiedade ou sofrimento emocional devido a mudanças físicas, psicológicas e de estilo de vida.
Aquelas que enfrentam uma gravidez não planejada podem se isolar se não conseguirem receber apoio das pessoas ao seu redor.
Segundo a Associação do Japão de Obstetras e Ginecologistas, uma em cada dez mulheres sofre depressão pós-parto.
Atenção especial a certos sintomas
Sintomas que merecem atenção profissional incluem choro incontrolável, falta de prazer em cuidar dos filhos, insônia, perda de apetite e sentimentos de culpa e inutilidade.
Especialistas em saúde enfatizam a importância da intervenção precoce e encorajam mulheres a buscar ajuda de suas clínicas locais ou centros de saúde pública ao primeiro sinal de que algo está errado.
O apoio público tem crescido, com o governo expandindo check-ups pós-parto e serviços de cuidado materno.
Fonte: AS







