
Caso de anestesista que envenenou pacientes abala França (imagem ilustrativa/PM)
O julgamento do médico Frederic Pechier, de 53 anos, acusado de envenenar intencionalmente 30 pacientes, incluindo crianças e e adultos, dos quais 12 morreram, teve início em 8 de setembro na França.
Antes da audiência, Pechier afirmou não ser responsável pelo “sofrimento” de suas supostas vítimas e suas famílias.
Pechier atuava como anestesista em duas clínicas na cidade de Besancon, no leste da França, quando pacientes sofreram paradas cardíacas em circunstâncias suspeitas entre 2008 e 2017.
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Doze deles não puderam ser reanimados. O médico é acusado de induzir ataques cardíacos nos pacientes para exibir suas habilidades de reanimação e desacreditar colegas de trabalho.
Vítima mais nova tinha 4 anos e a mais velha 89
A vítima mais jovem de Pechier seria Teddy, uma criança de quatro anos, que sobreviveu a duas paradas cardíacas durante uma cirurgia de amígdalas em 2016. Já a vítima mais velha teria 89 anos.
O julgamento é o ponto culminante de uma investigação que se estendeu por oito anos e que abalou a comunidade médica. Pechier nega as acusações e, ao chegar ao tribunal, foi recebido por vários parentes, incluindo um que gritou: “Vai, Fredo”.
Em entrevista à rede RTL antes do início do julgamento, Pechier declarou que era necessário “colocar todas as cartas na mesa” e que possuía “fortes argumentos” para sua defesa.
Contudo, ao ser questionado sobre o sofrimento das famílias que estarão presentes no julgamento, que deverá durar até dezembro, ele disse: “Entendo completamente, mas, por outro lado, não sou responsável por sua angústia”.
Situação “sem precedentes na história legal francesa”
O procurador Etienne Manteaux descreveu a situação como “sem precedentes na história legal francesa”.
A investigação, aberta em 2017, foi motivada por paradas cardíacas suspeitas durante operações em pacientes considerados de baixo risco. Péchier é suspeito de adulterar bolsas com solução de paracetamol ou sondas de anestesia de seus colegas, criando emergências na sala de cirurgia onde ele podia intervir para destacar seus talentos em reanimação.
Pechier, pai de três filhos, enfrenta prisão perpétua caso seja condenado. Atualmente, não está sob custódia, mas sim sob vigilância judicial, uma alternativa à prisão preventiva.
Fonte: The Straits Times







