
Praça Francisco Sá Carneiro em Lisboa encanta com arquitetura e história, servindo como portal para a cidade (Rosangela Lesnock)
Entre o amanhecer e o anoitecer, Lisboa encontrou uma forma de me surpreender. Aqui, diante do “Monumento a Francisco Sá Carneiro”, senti como se o tempo tivesse parado para me permitir respirar cada detalhe, cada traço, cada memória que esta praça carrega.
Construída no final da década de 40, no coração do Bairro do Areeiro, projeto visionário do arquiteto e urbanista João Faria da Costa, a praça desenha-se em perfeita simetria, no formato do escudo da bandeira nacional.
Não é apenas uma obra arquitetônica, mas um marco que simbolizava a entrada de Lisboa para quem chegava à cidade vindo do Aeroporto de Portela (Aeroporto Humberto Delgado).
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Segredos do passado e as esperanças do futuro
O monumento, erguido em homenagem a Francisco Sá Carneiro, político português cuja história se entrelaça com a da própria nação, impõe-se com seus 19 metros de altura. Betão e aço inoxidável sustentam a cabeça em bronze que parece olhar para além do presente, como se guardasse os segredos do passado e as esperanças do futuro.
Ao amanhecer, quando a primeira luz toca o bronze, a praça ganha vida em tons dourados, quase como uma promessa silenciosa de um novo começo. Já ao anoitecer, quando as luzes da cidade se misturam ao céu em repouso, o monumento se veste de uma aura serena, capaz de nos transportar para outra época.
E eu, que só cheguei há pouco neste lugar, já me sinto entregue a ele. Há espaços que nos conquistam à primeira vista, e este é um deles. Entre o romantismo da arquitetura e a poesia do tempo que passa, descobri que Lisboa não se revela de uma só vez — ela se entrega aos poucos, no compasso do olhar de quem sabe apreciar.
Acolhimento profundo
Meu coração fala mais alto aqui, em minha primeira viagem a Portugal. A Praça Francisco Sá Carneiro, com sua beleza que mistura história e poesia, me recebeu de braços abertos. Cada detalhe deste lugar parece sussurrar histórias antigas, e eu me deixo encantar como se tivesse sido transportada para outra época.
Mas não é só a praça que me conquista: é também a hospitalidade dos portugueses. Um acolhimento tão profundo que, se pudesse escolher uma palavra, usaria a japonesa omotenashi — que significa exatamente isso, hospitalidade genuína, feita de alma e coração.
Essa mesma hospitalidade encontrei no *Residencial do Areeiro*, localizado exatamente nesta região tão emblemática de Lisboa. Além da gentileza dos funcionários e do aconchego do ambiente, o hotel oferece um café da manhã delicioso e uma localização que faz toda a diferença. Com uma estação de metrô em frente e diversas opções de transporte público, é o ponto de partida perfeito para explorar a cidade.
E é de Lisboa que sigo para um dos momentos mais marcantes da minha vida: o lançamento do *Volume II da coletânea EBAF*, intitulado “Ecos de Vida – Reflexões da Existência”. A obra será apresentada durante o *FOLIO – Festival Internacional Literário de Óbidos*, que acontece entre os dias 9 e 19 de outubro de 2025.
Biografias de mulheres distintas
Nesta edição, sete escritoras — entre elas eu — reunimos nossas vozes para compartilhar biografias de mulheres distintas que abriram suas memórias para partilhar não apenas os acontecimentos que marcaram suas jornadas, mas também os dilemas, os encontros e desencontros que moldaram quem são hoje.
Cada texto é um reflexo íntimo de existência, revelando aprendizados e despertares que transcendem a experiência individual e se transformam em legado coletivo.
Entre o amanhecer e o anoitecer, entre Lisboa e Óbidos, guardo comigo a certeza de que esta viagem ficará eternamente marcada na minha memória, no meu sentir e nas páginas da história que agora também passo a escrever.
Por Rosangela Lesnock - Escritora, Assessora de Imagem Comportamental







