
FMI projeta um crescimento global em torno de 3% a médio prazo, apesar da incerteza prolongada (imagem ilustrativa/PM)
A economia global está indo melhor do que se esperava, segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que se dirigiu aos jornalistas nesta quarta-feira (8) em Washington.
Georgieva destacou que, embora a economia mundial enfrente incertezas prolongadas e perspectivas de crescimento médio desapontadoras, ela está ‘melhor do que se esperava, mas pior do que precisamos’.
O FMI agora projeta que o crescimento global diminuirá “apenas ligeiramente este ano e no próximo”, sustentado por condições melhores do que o esperado nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento.
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As observações de Georgieva antecedem o encontro da próxima semana entre ministros das Finanças e governadores de bancos centrais no Banco Mundial e no FMI em Washington, onde o comércio deve novamente dominar a agenda após a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas generalizadas contra muitos parceiros comerciais.
Economia mundial que resistiu a tensões agudas provenientes de múltiplos choques
“Todas as indicações apontam para uma economia mundial que resistiu a tensões agudas provenientes de múltiplos choques”, disse Georgieva, destacando os ‘fundamentos políticos melhorados’, a adaptabilidade do setor privado, tarifas mais baixas do que o esperado e condições financeiras favoráveis.
A média da tarifa dos EUA caiu de 23% em abril para 17,5% hoje, enquanto a tarifa efetiva dos EUA de cerca de 10% permanece ‘muito acima’ do restante do mundo, observou Georgieva.
No entanto, ela alertou que o efeito total dessas tarifas “ainda está por se manifestar”, acrescentando que a resiliência da economia mundial ainda não foi “totalmente testada”.
Nesse contexto, o FMI ainda espera que o crescimento global permaneça em cerca de 3% a médio prazo, de acordo com previsões anteriores, abaixo dos 3,7% em média observados antes da pandemia da Covid-19.
Padrões de crescimento global têm mudado
Os padrões de crescimento global têm mudado ao longo dos anos, especialmente com a desaceleração da China, enquanto a Índia se transforma em um motor de crescimento chave, disse Georgieva.
Ela convocou os países a agir rapidamente para “elevar de forma duradoura” a produção, reconstruir reservas fiscais e abordar desequilíbrios comerciais ‘excessivos’.
Com prescrições regionais, A África é instigada a realizar “reformas amigáveis aos negócios” para impulsionar o Acordo de Livre Comércio Continental, o que poderia aumentar o PIB real per capita em “mais de 10%”.
Críticas mais severas à Europa
Georgieva reservou suas críticas mais severas para a Europa, que tem lutado com o crescimento econômico nos últimos anos, em contraste marcante com os Estados Unidos.
Para aumentar a concorrência no bloco, recomendou a nomeação de um novo “czar do mercado único” que impulsione as reformas necessárias, incluindo a integração do mercado único da UE em serviços financeiros e energia.
Para a economia chinesa, ela reiterou o apelo do FMI por reformas fiscais que elevem o consumo privado e reduzam a dependência de políticas industriais para impulsionar o crescimento.
Fonte: CNA







