Fim de aliança abala candidatura de Takaichi no Japão (Wikimedia Commons/Gabinete de Relações Públicas)
O maior partido de oposição do Japão está buscando apoiar um candidato único com outros grupos, em uma tentativa de impedir a eleição de Sanae Takaichi como primeira-ministra, conforme reportado pela mídia após o colapso da coalizão governista.
O Komeito, parceiro júnior, encerrou sua aliança de 26 anos com o governista Partido Liberal Democrático (PLD) na sexta-feira (10), colocando em perigo a tentativa de Takaichi de se tornar a primeira mulher a liderar o país.
A conservadora Takaichi foi eleita como a nova presidente do PLD há uma semana, mas precisa da aprovação do Parlamento (Dieta) para garantir o cargo máximo.
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“Esta é uma chance que acontece uma vez a cada década para uma mudança de governo“, disse Yoshihiko Noda, chefe do principal Partido Constitucional Democrático do Japão (PCD).
A decisão do Komeito de abandonar a aliança que governou o Japão quase ininterruptamente por 25 anos mergulhou o Japão em uma nova crise política.
Falando durante a gravação de um podcast, que ainda não foi lançado, Noda disse que encorajaria a oposição a se unir em torno de um único candidato.
Ele disse que essa pessoa poderia ser potencialmente Yuichiro Tamaki, que lidera o Partido Democrático do Povo (PDP) e afirmou na sexta-feira que está disposto a concorrer.
No entanto, existem diferenças políticas significativas entre o PCD e o PDP, o que poderia, segundo relatos, atrapalhar a cooperação.
Integridade pública
O PLD vem perdendo apoio à medida que cresce o respaldo a partidos menores, incluindo o Sanseito anti-imigração, e está em minoria em ambas as câmaras, mesmo com Komeito.
Na poderosa Câmara dos Deputados, o PLD possui 196 assentos, o PCD 148, o PDP 27 e o Komeito 24.
Takaichi precisa de uma maioria de 233 assentos a seu favor para ser nomeada pelo parlamento, o que parece difícil dado os números.
Contudo, especialistas afirmam que ela ainda poderia vencer se os partidos de oposição não concordarem em um candidato alternativo.
No entanto, o chefe do partido Komeito, Tetsuo Saito, disse na sexta-feira que seus colegas o indicariam em vez de Takaichi.
Saito também explicou que a principal razão para abandonar a coalizão foi a falha do PLD em endurecer as regras sobre o financiamento de partidos políticos.
Isso se segue a um escândalo dentro do PLD que emergiu no ano passado, envolvendo pagamentos irregulares de milhões de dólares relacionados à venda de ingressos para eventos de arrecadação de fundos.
Takaichi causou consternação particular ao Komeito ao nomear Koichi Hagiuda, envolvido no escândalo, para um alto cargo no partido, relataram as fontes.
“Para o partido Komeito, que defende a integridade pública, é difícil explicar isso aos seus apoiadores e aqueles que trabalham duro na campanha eleitoral”, disse Hidehiro Yamamoto, professor de política e sociologia na Universidade de Tsukuba.
Apesar de seu pequeno tamanho, o Komeito – um partido apoiado pela organização budista leiga Soka Gakkai – ajudou o PLD nas eleições.
Cerca de 20% dos legisladores do PLD poderiam perder seus assentos sem a ajuda do Komeito.
Fonte: CNA
