Economia do Japão contrai pela primeira vez em seis trimestres

A economia do Japão teve retração de 1,8% no terceiro trimestre, devido às tarifas dos EUA (imagem ilustrativa/PM)

A economia do Japão contraiu 1,8% em termos anualizados no trimestre de julho a setembro, marcando a primeira queda em seis trimestres. A retração é atribuída a um forte impacto nas exportações, causado pelas tarifas dos EUA.

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Dados do governo, divulgados nesta segunda-feira (17), mostraram que a queda, embora não tão acentuada quanto o esperado, poderia complicar os planos do Banco do Japão de aumentar ainda mais as taxas de juros.

Analistas agora estão focados em quão rapidamente a quarta maior economia do mundo vai superar o impacto das tarifas e se recuperar.

Detalhes do PIB e o acordo comercial

A diminuição no Produto Interno Bruto (PIB) foi menor do que a estimativa mediana do mercado de uma queda de 2,5%.

Isso seguiu um crescimento revisado de 2,3% no trimestre anterior, quando a economia recebeu um impulso extra de exportações sólidas que refletiram o “adiantamento” de envios para os EUA, enquanto as negociações tarifárias do Japão se arrastavam.

Washington formalizou um acordo comercial com Tóquio em setembro, implementando uma tarifa base de 15% sobre quase todas as importações japonesas, abaixo dos 27,5% iniciais sobre automóveis e de uma taxa de 25% ameaçada para a maioria dos outros bens.

Consumo Privado e medidas de estímulo

A leitura do terceiro trimestre resultou em uma queda trimestral de 0,4%, o que foi melhor do que a estimativa mediana de uma contração de 0,6%.

O consumo privado, que responde por mais da metade da produção econômica, aumentou 0,1%, correspondendo a uma estimativa de mercado.

Os dados fracos do PIB surgem no momento em que o governo da nova primeira-ministra Sanae Takaichi está compilando um pacote de estímulo para amortecer o impacto sobre as famílias, decorrente do aumento dos custos de vida.

Implicações para a política monetária

Conselheiros econômicos próximos a Takaichi citaram uma provável e acentuada contração do PIB como uma razão para medidas de estímulo agressivas.

Os dados mais recentes poderiam encorajar esses conselheiros a pedir ao Banco do Japão para ir com calma no aumento das taxas de juros, dizem os analistas.