
Cemitério de casas destruídas (drone da NHK)
Um incêndio que começou em Saganoseki, na cidade de Oita (província homônima), na noite de terça-feira (18), se transformou em tragédia, pois se espalhou para mais de 170 construções, destruindo-as.
Até a tarde de quarta-feira (19), o fogo ainda não havia sido contido. Segundo a Prefeitura de Oita, o incêndio que começou em Saganoseki, por volta das 17h45 e se espalhou para casas, florestas e até mesmo uma ilha desabitada a mais de um quilômetro de distância.
Os moradores ficaram em estado de choque enquanto a fumaça branca subia das ruas.
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O prefeito da cidade de Oita, Shinya Adachi, que inspecionou o local, disse: “Há muita fumaça, então o incêndio ainda não foi contido. Esta noite, faremos uma verificação com drones para ver se ainda há focos de incêndio.
Acredito que há muitas etapas a serem seguidas: contenção, supressão do incêndio, recuperação da área e reconstrução“. Segundo ele, calcula-se que 49 mil metros quadrados tenham sido destruídos.
Naquela manhã, a fumaça branca subia em vários lugares da área, e os bombeiros foram vistos entrando no local um após o outro.
Os moradores que haviam evacuado foram até suas casas para verificar se estava tudo bem, mas não conseguiram se aproximar devido ao isolamento policial e aos esforços contínuos de combate ao incêndio. Eles observavam com expressões de frustração.
Desaparecido é encontrado morto
Segundo a polícia, um idoso de 76 anos que estava desaparecido foi encontrado em parada cardíaca na casa dele, pouco depois do meio-dia de quarta-feira, mas a morte foi confirmada logo depois. Até o momento, é a única vítima fatal desse incêndio.
Drama das famílias que perderam tudo
Um morador de 38 anos percebeu o incêndio na noite de quarta-feira e imediatamente evacuou sua esposa e seu filho, que está na primeira série do primário. Ele pediu aos vizinhos idosos que se apressassem e evacuassem também, e ajudou nos esforços de combate ao incêndio.
Ele viu uma pessoa idosa presa com um carrinho de mão enroscado na mangueira de um caminhão de bombeiros, então fugiu com ela. Ele voltou para casa entre os esforços de combate ao incêndio, mas tudo o que conseguiu salvar foram a mochila e o material escolar do filho.

Labareda na cidade de Oita (FNN)
Há cerca de 10 anos, o homem se mudou de Kansai para seguir carreira na pesca. Sua casa, que ele havia acabado de quitar, pegou fogo. “Tentei jogar água de um tanque de 10 litros na minha casa, mas o fogo estava tão intenso que só teve o mesmo efeito que uma pistola de água”, disse ele.
A área é densamente povoada por pequenas casas de madeira e as estradas são estreitas. De acordo com o Observatório Meteorológico Regional de Fukuoka, um alerta de ventos fortes havia sido emitido para a cidade de Oita na noite de quarta-feira, o dia em que o incêndio começou.
No mesmo dia, foram registrados ventos de 5,8 m/s por volta das 17h. Além disso, enquanto a média de precipitação em Saganoseki para novembro é de 76,6 mm, neste mês foram registrados apenas 11 mm, e não chove desde o dia 14.
Um homem de 66 anos que trabalha com chapas metálicas disse, com um suspiro: “O vento estava forte, então o fogo se alastrou muito rápido. Ainda não vi o que aconteceu com a minha casa, mas quando vir, acho que ficarei chocado. Deixei todos os meus documentos de trabalho e minha caderneta bancária para trás”.
Incêndio gigantesco transforma a área em cemitério de casas

Área devastada pelo fogo (drone da NHK)
Saganoseki, que fica às margens do Canal de Bungo, é conhecida como uma vila de pescadores, famosa por seus peixes de alta qualidade. Um pescador local de 77 anos disse: “Fiquei no meu barco, que estava atracado em um lugar seguro, até de manhã cedo, mas começou a esfriar, então vim para o centro de evacuação. Meu barco está bem, mas estou preocupado porque não consigo ir ver o que aconteceu com a minha casa.”
Os moradores passaram uma noite apreensiva no centro comunitário que estava sendo usado como abrigo para evacuados, estendendo colchonetes no chão. Um homem de 85 anos, cuja casa foi destruída pelo fogo, disse com uma expressão preocupada: “Faíscas voaram no meu rosto e estava quente. Deitei no centro de evacuação ontem, mas não consegui dormir. Quero ir ver minha casa logo”.
Um homem na casa dos 60 anos que se abrigou no centro disse: “A única coisa que consegui trazer comigo foi uma panela de arroz. Fugi apenas com a roupa do corpo“.
“Não conseguimos nos preparar para o que precisávamos. Moro aqui há 60 anos e nunca vivenciamos um desastre tão grande. Imagino como se sentiram todos aqueles que trabalharam tanto, vendo suas casas queimarem sem poderem salvar nem mesmo o que era importante para eles”, lastimou um homem na faixa dos 60 anos que está no abrigo.
Fontes: Yomiuri, NHK e FNN







