Imagem: Nikkei
O excesso de estoques de arroz no Japão está gerando preocupação tanto para consumidores quanto para agricultores. Em um armazém em Niigata, sacos de 30 quilos de arroz novo estão empilhados até quase tocar o teto.
Segundo o Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas, o estoque privado de arroz no final de novembro atingiu 3,29 milhões de toneladas, um aumento de 70 mil toneladas em relação ao ano anterior. Este é o maior aumento desde 2008.
Três fatores principais contribuíram para o aumento dos estoques: primeira, a produção ampliada pelos agricultores devido aos altos preços; segunda, a liberação de 590 mil toneladas de arroz dos estoques governamentais; e terceira, a expansão drástica nas importações, que aumentaram 104 vezes em relação ao ano anterior, alcançando 92.968 toneladas.
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No entanto, os preços do arroz permanecem elevados. A média nacional dos preços de varejo para 5Kg de arroz aumentou mais de 20% em relação ao ano anterior, permanecendo na faixa dos 4.000 ienes. Mas essa situação pode mudar.
A pressão para vender estoques caros está aumentando entre os distribuidores, e as vendas a preços mais baixos tornaram-se inevitáveis, à medida que a desconfiança cresce em meio a previsões pessimistas.
A volatilidade dos preços coloca em risco a produção estável de arroz, afetando os agricultores, especialmente os menores, que enfrentam desafios financeiros.
O professor Katumi Arahata, da Universidade Internacional do Japão, alerta que, se a Japan Agricultural Cooperatives (JA) mantiver preços altos, as importações de arroz barato poderão aumentar, pressionando ainda mais os preços.
A necessidade urgente de reformas estruturais para reduzir os custos de produção não foi totalmente implementada, e muitas áreas de cultivo permanecem vulneráveis às oscilações dos preços.
O governo de Sanae Takaichi se afasta da política de aumento de produção do governo anterior e discute medidas para garantir o abastecimento estável de arroz.
A caminhada em direção a uma política agrícola sustentável que satisfaça consumidores, produtores e distribuidores permanece desafiante.
Fonte: Nikkei
