Chineses marcharam nas ruas do distrito de Shinjuku (Tóquio) no domingo (5) carregando cartazes para protestar contra a rede de hotéis do APA Group que está sendo duramente criticada por colocar nos quartos livros que negam o Massacre de Nanjing em 1937. Segundo organizadores, cerca de 200 pessoas participaram do protesto.
O APA Group está no centro de um furor por causa de livros escritos pelo seu fundador e presidente Toshio Motoya, que contêm suas opiniões revisionistas sobre a história e que foram colocados em cada quarto dos hotéis da rede.
“Todos disseram que esses atos foram cometidos por tropas japonesas, mas isso não é verdade,” escreveu Motoya, usando o pseudônimo de Seiji Fuji, sobre o Massacre de Nanjing”. Ele também negou histórias de mulheres coreanas terem sido forçadas a trabalharem como prostitutas em bordéis na época da guerra, as chamadas “mulheres de conforto”.
A China diz que as tropas japonesas mataram 300.000 pessoas em Nanjing no período de dezembro de 1937 a janeiro de 1938. Para a fúria dos chineses, alguns políticos e acadêmicos japoneses conservadores negam que o massacre tenha ocorrido, ou colocam o número de mortos bem mais abaixo.
Presidente da rede disse em e-mail que não estava preocupado com qualquer boicote
O APA Hotel informou na semana passada que iria remover temporariamente os materiais de um dos hotéis da rede que está sendo usado para acomodar atletas chineses durante os Jogos de Inverno Asiáticos de 2017 em Sapporo que terão início no final desse mês.
Autoridades da área de turismo chinesas fizeram um apelo a operadoras do ramo para romper laços com o APA Group e houve até convocações para um boicote na mídia social, tanto contra o hotel como viajar ao Japão.
Motoya disse à Reuters em um e-mail no mês passado que os chineses formaram apenas 5% dos hóspedes de seus hotéis no Japão e que não estava preocupado com o impacto de qualquer boicote.
Fonte: Japan Today Imagem: Sankei, Flickr