Abe e Trump apertam as mãos após uma conferência em 10 de fevereiro (Reprodução/Kyodo)
A primeira reunião formal entre o presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe destacou uma proximidade entre os dois países despercebida em qualquer outro lugar no mundo. O encontro terminou sem problemas, com os dois líderes reafirmando seus comprometimentos com uma forte aliança de segurança enquanto evita atritos notáveis em questões comerciais e monetárias.
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Mas isso é somente o início do ponto. Agora, o Japão precisa mostrar ao mundo que pode construir uma relação positiva com a nova administração dos Estado Unidos, que vem apoiando em direção ao protecionismo e intervencionismo, e previne turbulência econômica em casa.
EUA continuarão apoiando o Japão
O Japão conseguiu quase tudo o que queria em manter a aliança de segurança. As forças dos Estados Unidos no arquipélago japonês, as Ilhas Senkaku, a Coreia do Norte e as situações nos Mares do Leste e Sul da China são as 4 preocupações mais urgentes de Tóquio. O lado americano tranquilizou o Japão dizendo que continuará seu apoio em relação a essas questões.
Com os assuntos sobre segurança estabelecidos, agora são as questões econômicas que causam a maior preocupação nas relações bilaterais. Antes da reunião, Trump havia atacado repetidamente o Japão no Twitter, criticando o plano da Toyota Motor de construir uma fábrica no México e alegando que o Japão usa sua política monetária para manter sua moeda fraca. O governo japonês preparou contra-argumentos freneticamente antes da reunião.
Ao explicar que as empresas japonesas têm construído fábricas e empregos nos EUA, representantes do governo pediram uma cooperação “vantajosa para ambas as partes” entre os dois lados. Eles também planejaram para que Trump e Abe evitassem a questão monetária e deixaram ministros das finanças realizarem consultas estreitas sobre o assunto.
As reais dificuldades na relação vão começar agora. O vice-primeiro-ministro e ministro das finanças Taro Aso e o vice-presidente Mike Pence vão liderar um novo quadro para diálogo econômico entre os países. Eles vão discutir políticas financeiras e monetárias, cooperação econômica e comércio bilateral.
O Japão dá prioridade aos quadros de livre comércio multilateral de alto nível com a Parceria Transpacífico (TPP) em mente. A administração de Trump, no entanto, se retirou do TPP e prefere duras negociações para assinar negócios bilaterais.
Uma nova relação de negócios entre duas das maiores economias do mundo vai estabelecer uma prévia para outros países e a nova liderança dos EUA. O Japão precisa envolver a Europa, China e outras nações asiáticas para impedir que a América de Trump saia dos trilhos, cita a reportagem do Nikkei.
Fonte e imagem: Nikkei