O vídeo de um passageiro sendo removido de maneira forçada de um voo da United Airlines com overbooking no dia 9 de abril se tornou viral em todo o mundo, incluindo o Japão, espalhando indignação e preocupação de que um incidente similar poderia acontecer aqui.
Contudo, agentes de empresas aéreas japonesas, na quarta-feira (12) descartaram a ideia de que tal cenário aconteceria em um de seu voos, dizendo que elas nunca recorreriam à violência para afastar um passageiro sem seu consentimento.
No incidente, que ocorreu em um voo que ia de Chicago ao Kentucky, o médico David Dao foi retirado à força da aeronave, com toda a cena capturada em vídeo por passageiros e postada em redes sociais.
https://www.youtube.com/watch?v=1zthf2IKkBk
Cooperação em troca de um pagamento
As grandes empresas aéreas All Nippon Airways (ANA) e a Japan Airlines (JAL) disseram que no caso de overbooking, elas continuariam pedindo aos passageiros para desistir voluntariamente de seus assentos em troca de algum tipo de compensação.
“Nunca iríamos tirar nossos clientes de nossas aeronaves… isso é inimaginável”, disse um porta-voz da JAL ao Japan Times. “Pedimos aos passageiros para desistirem de seus lugares voluntariamente. Se ninguém o fizer, então, nós simplesmente continuaremos pedindo até encontrar alguém. Não é tão difícil encontrar tais voluntários no Japão”.
Um porta-voz da ANA concordou, dizendo que a empresa pede cooperação aos passageiros em troca de um pagamento e ressaltou que nunca teve problemas em encontrar voluntários.
Ambas as empresas aéreas disseram que pedem a cooperação nos balcões de check-in e nos portões de embarque em troca de um lugar no próximo voo disponível. Pagamentos em dinheiro são oferecidos a voluntários sob o chamado “Flex Traveler System” usados por ambas as empresas.
A JAL e a ANA pagam ¥10.000 a passageiros que trocam para um voo que parte no mesmo dia e ¥20.000 para aqueles que concordam em partir no dia seguinte ou depois.
Rotineiramente as empresas aéreas vendem mais passagens do que assentos disponíveis
Como nos Estados Unidos, o overbooking por si só é legal para as as empresas aéreas japonesas e é relativamente comum. Rotineiramente as empresas aéreas vendem mais passagens do que assentos disponíveis, contando com a probabilidade de que um certo número de passageiros não vai aparecer. Depende das empresas aéreas decidir como vão fazer os passageiros desistirem dos lugares nos voos, disse um funcionário do ministério dos transportes.
O incidente do dia 9 de abril, no entanto, evocou temores de racismo entre usuários japoneses do Twitter após a divulgação da notícia de que o passageiro era asiático.
Uma usuária japonesa do Twitter lembrou sua experiência de voo com a United Airlines quando ficou assustada após ver uma “atitude horrível” da tripulação em relação a passageiros asiáticos.
“Eu não viajo mais pela United Airlines desde então”, tuitou ela. “Acredito que esse não seja um caso isolado”.
Fonte: Japan Times Imagem: Bank Image