O “vício” das máscaras cirúrgicas no Japão

Número de pessoas “dependentes de máscaras” está aumentando no Japão. Entenda o motivo.

Usar máscaras cirúrgicas é uma norma social no Japão, contudo, para alguns, elas podem ser um vício (imagem ilustrativa)

A primavera chegou e, com ela, olhos lacrimejantes e narizes escorrendo devido ao kafunsho (polinose, febre do feno), enquanto o pólen se espalha pelo ar com rajadas de vento que vêm com a mudança das estações.

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Esse é o início do pico de vendas da temporada para máscaras cirúrgicas no Japão, que podem ajudar a aliviar os sintomas da alergia ao pólen, similares aos de uma gripe. Nessa época é difícil andar nas ruas e não encontrar alguém usando uma máscara.

Contudo, aqueles que já estão no Japão há muito tempo, já sabem que o love affair da população no Japão por máscaras cirúrgicas vai além da saúde e higiene, ao domínio da psicologia e até da patologia.

Enquanto muitos usam a máscara como uma defesa contra alérgenos, alguns as usam como cobertura, um escudo contra situações sociais que provocam ansiedade.

Máscaras de todos os tipos podem ser encontradas facilmente em lojas de conveniência (Wikimedia/amanderson2)

Números atestam a um fenômeno que muitos denominaram “dependência de máscara no Japão”. A produção de máscaras aumentou 20% anualmente em 2015, para uma alta recorde de 4.9 bilhões de unidades, de acordo com dados recentes da Associação da Indústria de Produtos Higiênicos do Japão.

A fabricante líder de máscaras Unicharm foi a primeira fornecedora de produtos de higiene em 2003 a oferecer máscaras descartáveis, com bloqueio ao pólen e após o surto de Sars no mesmo ano. Antes disso, as máscaras eram aquelas reusáveis feitas de algodão, com um filtro de gaze substituível.

Visto que usar uma máscara quando a pessoa está gripada ou resfriada é um ato de consideração pelos outros aprovado socialmente, assim como uma proteção contra vírus e alérgenos, máscaras descartáveis que eram baratas e consideradas mais higiênicas provaram ser um divisor de águas.

Ocultação conveniente

Para muitas pessoas, principalmente as mulheres, as máscaras são para aqueles dias quando elas se sentem menos atraentes.

Um representante da Unicharm disse que a empresa tem 11 tipos de máscaras, desde as 3D que ficam longe da face e aquelas que fazem o rosto parecer menor a aquelas com aroma, de vários níveis de textura para usar com mais facilidade. Existem até máscaras coloridas.

Desde 2012 algumas empresas de relacionamentos até passaram a oferecer encontros rápidos, que passaram a ser muito populares no Japão, onde os (as) participantes devem usar máscaras cirúrgicas. O propósito principal é encorajá-los (as) a conhecerem seus possíveis parceiros (as) sem julgá-los (as) pela aparência.

“Usar máscaras, às vezes, dificulta ouvir o que a outra pessoa está falando, então, naturalmente, elas acabam se aproximando mais uma das outras para escutar”, disse um representante de uma empresa que oferece esse tipo de serviço.

A dependência de máscaras

Entretanto, para algumas pessoas, usar máscaras se tornou um vício.

Yuzo Kikumoto, que estabeleceu o serviço de aconselhamento profissional Kikiwell em 2006, foi o primeiro a cunhar o termo “dependência de máscara” em um artigo que ele escreveu em 2009.

As pessoas usam máscaras cirúrgicas não para os propósitos a que se destinam, escreveu ele, mas porque elas cresceram acostumadas a viver atrás do anonimato de uma máscara.

A situação ficou ainda mais séria nos últimos anos, disse Kikumoto ao Strait Times. Desde 2009, o número de “viciados em usar máscaras” que buscam aconselhamento sobre a prática aumentou em 50%, cita ele.

Os viciados em usar máscaras têm faixa etária de 30 a 40 anos, com as mulheres formando um pouco mais da metade do número, ou 60%.

“Enquanto algumas pessoas costumam se sentir seguras usando uma máscara, isso chegou a um estágio que elas não conseguem mais sair de casa sem usá-la. Isso mostra o quão sério a situação está ficando”, disse Kimumoto

A razão para a dependência de máscara é um sentimento de insegurança em público, aumentada nas mídias sociais. Muitos que usam a mídia social frequentemente se tornam mais inseguros e anseiam o elogio e aprovação dos outros. Aqueles que não têm tal aprovação podem então sofrer de um senso de inferioridade mais profundo, salienta Kikumoto.

“A máscara age como um cobertor de segurança e as pessoas com esse vício não conseguem conversar com outras pessoas sem usar uma máscara. E a aceitação da sociedade de interações atrás das máscaras perpetua como uma dependência”. Como um vício, um tratamento precisa começar com reconhecimento e aceitação,  ressalta ele.

Um ambiente ou situação que exige interação com pessoas também é necessário”, disse ele, recomendando exposição regular a situações sociais.

Fonte: Strait Times
Imagem: Bank Image

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Pagamentos feitos através de cartões de crédito estão em alta no Japão

Publicado em 17 de abril de 2017, em Economia

Uso de cartão de crédito está em alta no Japão. Saiba mais.

Pagamentos através de cartão de crédito no Japão chegaram a 50 trilhões de ienes (imagem ilustrativa)

O uso de cartão de crédito no Japão está em alta graças à crescente popularidade de lojas na internet e uma ampla variedade de estabelecimentos que aceitam tal opção de pagamento.

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Os pagamentos feitos com cartões de crédito aumentaram 8.2% em 2016 em comparação ao ano anterior, totalizando 53.9 trilhões de ienes ($494 bilhões), excedendo os 50 trilhões de ienes pela primeira vez, de acordo com a Associação de Crédito do Consumidor do Japão.

O número de produtos e serviços que podem ser pagos via cartão de crédito também está aumentando

O maior fator por trás do aumento é o crescente mercado e-commerce. Revendedores na Internet como a Amazon e a Rakuten permitem uma variedade de métodos de pagamento como no ato da entrega ou em lojas de conveniência, mas um crescente número de pessoas está usando cartões de crédito para liquidação imediata.

O número de produtos e serviços que podem ser pagos via cartão de crédito também está aumentando. Dentre o crédito garantido pela Credit Saison em 2016, o montante que foi usado para pagar itens relacionados a impostos, como os de veículos, aumentou em 40% em comparação ao ano passado. Gastos médicos pagos com cartão de crédito também tiveram aumento, de 25%. “O número de idosos que pagam as consultas com cartão de crédito em hospitais vem aumentando”, de acordo com a empresa do ramo JCB.

A rede McDonald’s vai garantir que todas as suas lojas possam aceitar a maioria das marcas de cartões de crédito internacionais com início na segunda metade de 2017. A Keihin Kyuko Bus introduziu máquinas de bilhetes que aceitam cartões de crédito no Aeroporto de Haneda, em Tóquio, no mês de março.

As últimas estatísticas não incluem o Apple Pay, que foi lançado em outubro passado no Japão. Dado que mais métodos de pagamentos estão sendo introduzidos, “o mercado deve continuar expandindo”, prevê a JCB.

Fonte: Nikkei
Imagem: Bank Image

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