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No Japão, o sistema de entregas em domicílio é considerada muito eficiente. Mas criminosos estão se aproveitando para cometer delitos em casas, principalmente com mulheres sozinhas.
Com casos de ladrões se passando por entregadores e outros incidentes relacionados recentemente, mulheres que moram sozinhas e idosos estão receosos com as entregas em domicílio. Enquanto fingir não estar em casa quando é impossível confirmar quem está à porta seja uma contramedida válida para autodefesa, é um problema lamentável para os funcionários de entregas sobrecarregados de trabalho.
“Eu fico com medo e não quero atender a porta quando não sei que está lá”, diz uma professora da pré-escola, de 39 anos, que mora sozinha em um apartamento em Yokohama. Mesmo se está em casa, ela não atende a porta quando o interfone toca. “Principalmente à noite. Eu não atendo”, diz ela, sempre verificando o comprovante de entrega em sua caixa de correio antes de solicitar que a encomenda seja entregue novamente. O jornal Mainichi também descobriu casos em que crianças que ficam sozinhas em casa são instruídas pelos seus pais a praticarem o mesmo procedimento.
“Se eu não estou esperando os correios ou o serviço de entrega, eu finjo não estar em casa”, escreve um usuário do Twitter. Outro usuário escreveu, ” O interfone no meu apartamento não tem um monitor de vídeo, então não há nada que eu possa fazer. Mas sinto muito pelos entregadores”.
A realidade é que tem ocorrido vários casos de crimes relacionados a serviços de entrega em domicílio
Em maio passado, na cidade de Izumo (Shimane), 2 homens fingindo ser entregadores agrediram um homem de 90 anos.
Em outubro, também em 2016, um homem fingindo ser um entregador invadiu a casa de uma mulher de 80 anos em Suginami (Tóquio), ameaçando-a com uma faca e roubou dinheiro.
De acordo com um questionário distribuído pelo Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo em agosto de 2015, 1% dos entrevistados responderam, “Eu estava em casa, mas fiquei com receio de abrir a porta para alguém que não conheço” como razão para não receber uma encomenda na primeira tentativa de entrega. Dentre as mulheres, a porcentagem daquelas que fingiram não estar em casa foi maior.
Um por cento pode não parecer um número grande, mas significa aproximadamente 20% das cerca de 3.87 bilhões de encomendas entregues no ano passado que não foram recebidas na primeira tentativa. Um por cento das encomendas reagendadas contou por 8 milhões de casos de entrega por ano, ou cerca de 20.000 casos por dia em que os destinatários fingiram não estar em casa quando as tentativas de entrega foram feitas. Cada um dos 20.000 casos teve que ser reagendado e entregue novamente, aumentando a carga de trabalho dos entregadores.
Fonte: Mainichi
Imagem: Bank Image