Uma equipe de pesquisa liderada pelo Centro Nacional de Câncer com sede em Tóquio desenvolveu um novo teste para diagnosticar 13 tipos de câncer a partir de uma única gota de sangue, com o estudo clínico podendo ter início no próximo mês.
O comitê de seleção de pesquisa e ética deu luz verde para o estudo em meados de julho. A equipe vai solicitar permissão do governo central para colocar o novo teste em uso prático dentro de 3 anos.
Até agora não foi verificado nenhum teste para diagnosticar múltiplos tipos de câncer de uma única vez. Se o novo teste for introduzido em exames médicos gerais e outros checkups, as mortes por câncer poderiam ser reduzidas.
O novo teste utiliza o microRNA (miRNA), uma substância que é liberada das células no sangue e regula os movimentos dos genes. Os tipos de miRNA diferem entre células de câncer e células normais e elas não se decompõem por um certo período de tempo.
A equipe é composta por pesquisadores do centro, Toray Industries Inc., que está testando a tecnologia, e outras instituições. Eles tiveram sucesso em identificar miRNA específica a 13 tipos de câncer (estômago, colorretal, esôfago, pâncreas, fígado, trato biliar, pulmão, mama, ovário, próstata, bexiga, tumores ósseos e no tecido mole e glioma) a partir de sangue preservado de cerca de 40.000 pacientes, a maioria dos quais tinha câncer.
A partir de uma única gota de sangue, os pesquisadores puderam diagnosticar todos os cânceres, incluindo os relativamente no estágio 1, com mais de 95 por cento de precisão. O câncer de mama foi diagnosticado com 97 por cento de precisão.
Contudo, as propriedades do miRNA podem ter mudado no sangue preservado. Desta forma, no estudo clínico planejado, a equipe de pesquisa usará sangue fresco fornecido por cerca de 3.000 pessoas, incluindo pacientes e pessoas saudáveis.
Para a descoberta de cânceres como o de mama, estômago, pulmão e colorretal, exames que usam raio-X e endoscopia são mais eficazes. Contudo, as pessoas precisam realizar exames separados para cada parte do corpo. Mesmo com o novo método de teste, exames detalhados serão exigidos para confirmar o diagnóstico.
“Na Europa, pesquisas que visam a detecção antecipada de doenças usando a miRNA estão sendo ativamente buscadas, mas não houve qualquer estudo onde análise foi conduzida em tantos pacientes como essa. Então, isso deve se provar muito útil”, disse o Professor Masahiko Kuroda, chefe do Departamento de Patologia Molecular da Universidade Médica de Tóquio.
Fonte: Yomiuri Imagem: Bank Image