O ministro norte-coreano de relações exteriores disse na segunda-feira (25) que o presidente americano Donald Trump havia declarado guerra à Coreia do Norte e que Pyongyang tem o direito de realizar contramedidas, incluindo abater bombardeiros americanos mesmo se eles não estiverem em seu espaço aéreo.
Ri Yong Ho disse que uma mensagem do Twitter postada por Trump no sábado, na qual o presidente alertou que o ministro e o líder norte-coreano Kim Jong Un “não estariam por aí por muito tempo” se eles procedessem com suas ameaças, equivaleu a uma declaração de guerra.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, na segunda-feira, negou que os EUA haviam declarado guerra, chamando a sugestão de “absurda”.
Falando mais cedo em Nova York, onde ele havia participado da Assembleia Geral da ONU, Ri disse aos repórteres: “o mundo todo deveria ter em mente que foram os EUA que declararam guerra primeiro ao nosso país”.
“Desde que os EUA declararam guerra ao nosso país, teremos todo o direito de realizar contramedidas, incluindo o direito de abater bombardeiros estratégicos dos EUA mesmo quando eles não estiverem dentro da fronteira do espaço aéreo de nosso país. A questão de quem não estará por aí por muito será respondida, então”, frisou Ri.
No sábado (23), bombardeiros B-1B Lancer da Força Aérea dos EUA, escoltados por caças, sobrevoaram o leste da Coreia do Norte em uma demonstração de força após uma troca exaltada de retóricas entre Trump e Kim sobre os programas nuclear e de mísseis do Norte.
“A operação foi conduzida em espaço aéreo internacional, sobre águas internacionais, então nós temos o direito de sobrevoar, navegar e operar onde é legalmente permitido em todo o globo”, disse na segunda-feira o porta-voz do Pentágono, Robert Manning.
A Coreia do Norte, que se mantém tecnicamente em guerra com os EUA desde a Guerra Coreana, entre 1950 e 1953, a qual terminou em um cessar-fogo e não em um tratado de paz, vem trabalhando para desenvolver mísseis nucleares capazes de atingir a ilha principal dos EUA e conduziu seu 6º e maior teste nuclear neste mês.
Fonte: Agência Reuters Imagem: Bank Image, NHK