Os Estados Unidos e a Coreia do Norte estão se movendo para realizar diálogos “informais” em Oslo (Noruega) no próximo mês para abrandar as crescentes tensões e evitar um conflito militar entre os dois países.
Fontes próximas a Washington e Seul disseram que representantes americanos, ex-oficiais do governo dos EUA e especialistas sobre assuntos da Coreia do Norte, poderão participar das discussões realizadas por oficiais do Departamento de Estado americano responsáveis por assuntos norte-coreanos.
Representantes dos EUA que poderão viajar à capital norueguesa incluem um indivíduo que se encontrou com Han Song Ryol, vice-ministro de relações exteriores da Coreia do Norte e outros oficias de Pyongyang, em Kuala Lumpur em outubro passado.
Encontro em meados de outubro
Pyongyang poderá enviar Choi Sun Hee, o chefe do departamento da América do Norte do ministério de relações exteriores, disseram fontes. A reunião poderá ocorrer em meados de outubro.
O lado dos EUA está pressionando a participação de Han ou Kim Kye Gwan, o primeiro vice-ministro de relações exteriores.
Os EUA também estão pedindo que oficiais do Departamento de Estado americano participem das discussões.
Joseph Yun, representante especial do Departamento de Estado para a política da Coreia do Norte, se encontrou com Choi em Oslo no mês de maio para discutir o retorno de americanos detidos no país.
A Coreia do Norte liberou Otto Warmbier em junho, mas ele morreu após seu retorno aos EUA.
Na ausência de qualquer sinal de que Pyongyang está considerando a desnuclearização da península coreana no presente clima, houve especulações de que o governo dos EUA permitirá que representantes discutam somente questões humanitárias.
Meta primária do encontro é assegurar que o Norte abandone seu programa nuclear
Para o lado dos EUA, a meta primária da reunião de Oslo é garantir a aceitação de Pyongyang para congelar seu desenvolvimento nuclear e de míssil.
Contudo, a posição dos EUA em relação à Coreia do Norte é que a península deve estar livre de armas nucleares antes que qualquer negócio econômico ou outros, como a normalização de relações diplomáticas, possam ser concluídos. Sem a desnuclearização total da península coreana, os EUA estão preocupados de que isso possa ser percebido como aceitar a Coreia do Norte como um poder nuclear.
Também é possível que o regime em Pyongyang, liderado por Kim Jong-un, não concorde em participar nas conversas enquanto o país estiver tentando desenvolver mísseis balísticos interncontinentais com ogivas nucleares capazes de atingirem os EUA.
Observadores da Coreia do Norte acreditam que mesmo se Pyongyang concordar em um congelamento, ela exigiria, em troca, a suspensão de exercícios conjuntos realizados pelas forças americanas e sul-coreanas, juntamente com a mobilização de bombardeiros estratégicos do exército americano e porta-aviões à península coreana.
Forças americanas e sul-coreanas planejam conduzir um exercício conjunto em águas ao largo da costa da península coreana em meados de outubro, o qual envolverá porta-aviões dos EUA.
Fonte: Asahi, Imagem: Bank Image