Um pouco menos da metade das mães que deixaram bebês na chamada “roda dos expostos” do Hospital Jikei em Kumamoto (província homônima) ao longo dos últimos 10 anos tiveram partos isolados em casa ou dentro de veículos, sem cuidados médicos, de acordo com um relatório apresentado ao prefeito da cidade no dia 23 de setembro.
Um total de 130 crianças foi colocado de forma anônima na roda dos expostos, formalmente conhecida como “konotori no yurikago” (berço da cegonha, em tradução livre) no distrito de Nishi entre maio de 2007, quando o hospital iniciou o serviço, e março de 2017. No relatório apresentado ao prefeito de Kumamoto, Kauzufumi Onishi, por um comitê com a função de verificar a operação da roda, revelou que 62 das mães, ou 47%, não deram à luz em uma instalação médica.
De acordo com o relatório, 51 crianças foram colocadas na roda de maio de 2007 a setembro de 2009, 30 (de outubro de 2009 a setembro de 2011), 20 (de outubro de 2011 a março de 2014) e 29 (de abril de 2014 a março de 2017). A porcentagem de “partos isolados” foi maior durante o período final, a 82.2%, aumentando constantemente de 31.1% no primeiro, 30% no segundo e 60% no terceiro período.
O risco para as crianças também teve tendência de alta. O número daquelas que precisaram de atenção médica após terem sido deixadas na instalação por condições como hipotermia foi maior durante o período final, a 48.2%, comparado a 7.8% para o primeiro, 6.6% para o segundo e 45% para o terceiro período.
Dentre as razões que as mães deram para deixarem bebês aos cuidados do hospital, as três respostas mais comuns foram dificuldade econômica (26.2%), porque a mãe não era casada (20.8%) e problemas entre os pais (16.9%).
Por outro lado, 104 das crianças, cerca de 80%, foram identificadas e 23 levadas de volta para suas famílias. As 20% restantes, ou 26 crianças, continuam sem identificação. Do total de 130 crianças, 14 tinham algum tipo de deficiência.
Fonte e imagem: Mainichi