Cerca de 1,27 milhão de pequenas e médias empresas no Japão correm o risco de fechamento devido à falta de sucessores. Já, cerca da metade das empresas que encerram seus negócios o fazem apesar de estarem no positivo.
Visto que mais de 60% dessas empresas serão administradas por gerentes com mais de 70 anos de idade até 2025, a crise só vai se intensificar.
O governo está lutando para prevenir que essas empresas morram em massa. O fechamento de tais empresas não apenas enfraqueceria o pilar da indústria japonesa, mas também resultaria na perda de tecnologia exclusiva.
Sem sucessores
No distrito de Sumida (Tóquio), à sombra do marco Tokyo Skytree, a Okano Kogyo produz agulhas hipodérmicas ultrafinas indolores. A empresa que trabalha com metais, fundada em 1924, é reconhecida internacionalmente por sua tecnologia única, mas o presidente Masayuki Okano, de 84 anos, está pessimista sobre o futuro.
“Estou pensando em fechar a empresa dentro de dois anos,” diz Okano com uma calma sugerindo que ele alcançou um tipo de entendimento sobre a situação. “Não há ninguém para assumir o comando, já´que minhas duas filhas foram para caminhos diferentes”, diz ele.
Há dois anos, o fechamento da Hagoromo Chalks causou angústia em todo o mundo, principalmente aos matemáticos. O produto forte e sem poeira da empresa com 82 anos de história, era considerado o “Rolls Royce” do giz, mas seu presidente, Takaysau Watanabe, optou pelo fechamento porque ele não tinha um sucessor.
Mercado para fusões de pequena escala e aquisições
Cerca de 29.583 das pequenas e médias empresas do Japão fecharam temporariamente ou permanentemente em 2016, de acordo com a Tokyo Shoko Research. Esse número representa um aumento acentuado das cerca de 21 mil em 2007. O encolhimento populacional está cada vez mais levando aos fechamentos.
Para lidar com o problema em uma escala mais ampla, muitos dizem que o Japão deveria ter um mercado para fusões de pequena escala e aquisições para que investidores possam se aproximar com mais facilidade de tais empreendedores. A França, por exemplo, tem uma base de dados nacional de informação sobre empresas que buscam vender.
Tal mercado facilitaria para que investidores asiáticos se envolvessem também. A ajuda do exterior é certamente uma opção se ela ajuda a evitar os fechamentos em massa e manter a saúde da indústria no Japão.
Fonte e imagem: Nikkei