Os noticiários deste ano deram destaque para os casos de empresas coletoras que encontraram grande quantidade de dinheiro.
Em abril 40 milhões foram encontrados no meio do lixo, em Gunma. Em maio foram encontrados 20 milhões de ienes em Nara. Em outubro foram encontrados 17 milhões de ienes em Toyama e 12 milhões de ienes em Quioto no mês de novembro.
Os proprietários desses casos todos continuam sendo procurados. A possibilidade de localizar os donos é baixa. E o motivo de encontrar tanto dinheiro é um enigma para a sociedade.
O volume das somas de dinheiro encontrados em 2017 chega a 17,7 bilhões de ienes, segundo relatório da polícia. São dois bilhões de ienes a mais do que as últimas estatísticas dos 5 anos.
Só o que foi publicado pela imprensa ultrapassa a casa dos 100 milhões de ienes.
Por que tanto dinheiro no lixão
Segundo analistas um dos motivos está na estrutura familiar atual. Idosos que moram sozinhos, ao morrerem, familiares se desfazem de seus pertences sem conferir nada. Muitas vezes essas grandes somas estão guardadas dentro dos armários e guarda-roupas e os filhos ou os netos nem sabem. A morte solitária também é um dos fatores de encontrar dinheiro desconhecido.
Segundo estimativa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Dai-Ichi Seimei o volume de economia em dinheiro detido pelas famílias japonesas, até agosto deste ano é de 45 trilhões de ienes. Percebe-se um grande aumento, de cerca de 7,3 trilhões de ienes, desde 2012. Houve um aumento de 120% em 5 anos, analisa.
Uma tendência observada por esse centro de pesquisa foi o da retirada de dinheiro da poupança pelos idosos. Com o corpo enfraquecido, para não terem que ir ao banco, sacam tudo de uma vez e deixam em casa.
Mesmo tendo lojas de conveniência na vizinhança, eles preferem fazer uso da “poupança no guarda-roupa”, do que pagar taxas para saque. Outro motivo é que não sabem operar um caixa eletrônico na loja de conveniência.
Longevidade, solidão e relíquias
No Japão há empresas especializadas no serviço de organização das relíquias. Um funcionário de uma dessas empresas da região Kansai, atende cerca de 60 pedidos mensais. Em um terço das residências são encontradas grandes somas de dinheiro. Na maioria dos casos, são de residências onde o idoso morava sozinho e faleceu. Em geral, pede-se a presença de um dos familiares porque é comum encontrar dinheiro dentro dos móveis. “Os familiares ficam assustados quando encontramos caderneta de banco com 40 milhões de saldo na conta, além de dinheiro em espécie”, conta.
A empresa conta que em 70% dos casos, o idoso não comenta com os familiares sobre as relíquias que possui. “Já encontramos 100 milhões de ienes dentro de uma bolsa guardada no armário”, relembra.
Por isso, ao contratar uma dessas 8 mil empresas no Japão é importante a presença de alguém da família, adverte a matéria do Sankei News.
Para onde vai o dinheiro encontrado
Quando o dinheiro é encontrado, seja na rua ou no lixão, tanto por pessoa física quanto jurídica, deve ser encaminhado para a polícia.
Na polícia, permanece por 3 meses, à espera da reclamação do dono da quantia. Caso ele não apareça, o destino das somas é para quem encontrou. Se for uma empresa de coleta, vai para ela. Se for uma pessoa física, será entregue para ela.
Fontes: Sankei News e Gendai Fotos: Sankei News