Gestantes em viagens: veja os riscos para o bebê e para a mãe

Especialista alerta mulheres grávidas para os riscos causados por viagens turísticas, que, na pior das hipóteses, pode ocasionar a morte do bebê e da mãe.

As “viagens por mulheres grávidas” (Mata-tabi, em japonês) é um pequeno “costume” que está ganhando força silenciosamente. Contudo, segundo o médico Hiroyasu Ogawa, formado em obstetrícia e ginecologia com 30 anos de experiência, “está aumentando o número de grávidas que viajam nessa situação que requer cuidados”.

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Ogawa é especialista em cuidados obstétricos emergenciais e cuida de gestantes que apresentam quadros gravíssimos. O médico contou a história de uma mulher que viajou enquanto estava grávida. “Soube deste caso recentemente por conhecido, que também é médico”, relatou Ogawa.

Um mulher que estava grávida de 9 meses foi transportada por ambulância em área de fontes termais durante viagem familiar. Desde o primeiro dia de viagem, ela sentia dores abdominais, mas tentou aguentar a dor e continuou o passeio. Depois de algumas horas, não suportou e foi levada ao hospital.

A mulher apresentava “descolamento prematuro da placenta”, uma patologia que causa a esfoliação da placenta da parede do útero. O médico deu seu máximo para salvar a paciente, mas os esforços foram em vão. O caso terminou com a morte do feto e da mãe.

“Ela estava tão alegre no dia anterior. Não consigo acreditar que uma gravidez comum pode ter terminado assim”, alegou o pai, que culpou o médico pelo acontecimento.

Mesmo viagens domésticas podem trazer riscos. Entretanto, ainda há algumas mulheres que viajam para o exterior enquanto grávidas. As viagens internacionais trazem ainda mais perigos por causa da longa estada no avião e das dificuldades na comunicação em outros países.

Além disso, caso a mulher seja internada em hospitais do exterior sem o seguro de saúde, ainda há o perigo da família ter que pagar uma despesa médica que pode ultrapassar os 10 milhões de ienes.

Normalmente, viajar enquanto grávida é uma escolha própria da paciente. Por causa disso, os médicos tratam o assunto com menos seriedade e rigorosidade. Contudo, todos os danos em situações extremas são sofridos pela criança e pela mãe.

Velocidade é fator mais importante nas cirurgias

Nestes últimos 30 anos, a medicina obstétrica avançou de forma significativa. Os sistemas de seguro de saúde e social foram os responsáveis pela queda drástica da taxa de mortalidade dos bebês e das mulheres grávidas durante o parto. A taxa de mortalidade perinatal no ano de 2015 foi a menor da história do Japão: 0.3%.

O Japão atualmente é considerado o melhor país para passar pela cirurgia do parto. Entretanto, nesta sociedade que trabalha assiduamente na segurança, o reconhecimento de que o parto é “uma luta pela vida” está se perdendo, segundo Ogawa.

Recentemente, um novo perigo assombra o parto e a gravidez saudável: a moda. De acordo com Ogawa, muitos produtos destinados à maternidade e diversos artigos de revistas para grávidas com participação direta dos leitores estão se tornando populares. O conteúdo é semelhante às revistas de modas com artigos divertidos e engraçados.

Essas matérias são distribuídas com a intenção positiva e consciente para ajudar as novas mamães a passarem por essa fase tão difícil de uma forma mais confortável. Ogawa conta que já supervisionou e escreveu alguns artigos à pedido das editoras.

“Porém, vendo do meu ponto de vista como médico, há alguns artigos irresponsáveis dentro (das revistas).”, relata o especialista. “Durante a gravidez, a mulher e seus familiares tratam-na com um sentimento especial e não poupam dinheiro para fazer compras pelo bem do bebê e da nova mãe. As revistas apresentam coisas que podem aumentar o perigo da gravidez e induzem o consumo ativo (aos leitores). Uma delas é a viagem na maternidade, que é comumente mencionada como ‘mata-tabi’.”, completa.

Os artigos irresponsáveis influenciam nas decisões das mulheres e podem ocasionar uma situação de vida ou morte, disse Ogawa. “A cena dos cuidados emergenciais são rigorosos e mudam a cada instante.”

A obstetrícia atualmente trabalha em conduzir o bebê de dentro do útero para o mundo exterior e em minimizar ao máximo os danos da paciente, segundo Ogawa.

“Acho que as grávidas e as pessoas ao seu redor não devam seguir as tendências da sociedade e transformem o ambiente familiar em um local melhor para a mamãe passar por todo o processo de forma tranquila.”, afirma Ogawa.

Fonte: President Online via Yahoo
Imagens: Banco de Imagens

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Cidades enfrentam dificuldades relacionadas ao acúmulo de urnas com cinzas ‘abandonadas’

Publicado em 22 de janeiro de 2018, em Comportamento

Em Saitama, por exemplo, há cerca de 600 urnas preenchendo as prateleiras de sala subterrânea de um cemitério municipal.

Um funcionário municipal verifica centenas de urnas não retiradas armazenadas em uma sala subterrânea de um cemitério público na cidade de Saitama (Japan Times)

O cheiro de mofo se espalhava por toda uma pequena sala subterrânea de um cemitério municipal na cidade de Saitama (província homônima) no final de novembro do ano passado, onde cerca de 600 urnas não retiradas preenchiam as prateleiras.

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Apontando para a única prateleira vazia na sala, Satoru Shimizu, funcionário representante de Saitama, disse que não demoraria muito até faltar espaço, visto que o número de urnas com restos mortais não retiradas vem aumentando nos últimos anos.

Parentes não coletam as urnas citando a falta de relação próxima com a pessoa falecida

Saitama é um dos muitos municípios nesta nação com rápido envelhecimento populacional que luta para lidar com as cinzas e fragmentos de ossos que restam após um corpo ser cremado e que ninguém vem coletar. Antigamente, as cinzas não retiradas eram geralmente de pessoas cujas identidades não podiam ser traçadas.

Segundo funcionários do município, hoje em dia, grande parte dos restos mortais não retirados podem ser traçados. A maioria dos mortos têm parentes vivos, mas eles se recusam a cremar os corpos ou coletar suas cinzas por razões que geralmente têm a ver com a falta de relação próxima com a pessoa falecida.

Mais pessoas vivendo sozinhas

Essa é uma das duras realidades da sociedade em envelhecimento do Japão, onde cada vez mais há idosos vivendo sozinhos, sobrevivendo com uma pequena renda ou com ajuda social, dizem observadores.

Segundo estimativa do Instituto Nacional de População e Pesquisa de Segurança Nacional, o número de mortes crescerá de 1,25 milhão em 2015 para 1,65 milhão em 2035. Dados do governo, enquanto isso, mostram que 13,3% dos homens e 21,1% das mulheres com 65 anos ou mais estavam vivendo sozinhos em 2015, comparado a 4,3% e 11,2% em 1980, respectivamente.

Quando ninguém se apresenta para se responsabilizar pelo falecido, os municípios são encarregados pela cremação, o que implica custos de 200 mil a 250 mil ienes por caso. Os municípios também enfrentam dificuldades em encontrar espaço suficiente para armazenar o crescente volume de urnas, que geralmente são mantidas por alguns anos no caso de alguém aparecer para coletá-las.

Embora não haja números oficiais para o volume de urnas não retiradas em todo o Japão, no caso de Saitama, a quantidade recém adicionada aumentou de 33 em 2003 para 133 em 2016. No total, a cidade manteve mais de 1.600 urnas no ano passado. Visto que o número poderá aumentar, Saitama planeja abrir um novo galpão em 2020 para enterrar as cinzas daqueles que foram esquecidos.

“Acredito que essa seja a única medida que podemos tomar agora – enterrar as cinzas após armazená-las por alguns anos”, disse Shimizu.

Cidade em Kanagawa lança programa para ajudar idosos a se preparem para a morte

Buscando reduzir o número de urnas com cinzas não retiradas e que acabam em uma sala de armazenamento para os negligenciados, a cidade de Yokosuka (Kanagawa), lançou um programa em 2015 para dar apoio aos idosos com baixa renda que não têm ninguém com quem contar sobre como se preparar para a morte.

Chamado de “plano de suporte para o fim”, o programa oferece aos residentes, cuja renda mensal seja abaixo de 180 mil ienes, tenham economias de 2,25 milhões de ienes ou menos e cuja propriedade tenha valor de cinco milhões de ienes ou menos, um serviço para cremação e descanso final, pago enquanto ainda estão vivos.

O preço é de cerca de 250 mil ienes, praticamente o mesmo que a cidade paga para cremar e armazenar cinzas não retiradas. Os participantes podem escolher onde querem ser cremados e têm suas cinzas armazenadas, de acordo com Kazuyuki Kitami, vice-diretor na divisão de bem-estar social de Yokosuka.

A cidade notifica a empresa funerária quando tais cidadãos morrem e fazem o acompanhamento para ter certeza que as tarefas estão sendo executadas como prometido.

Desde seu lançamento, 23 pessoas se registraram para o programa. Delas, três faleceram e suas cinzas foram armazenadas e cuidadas em um cemitério bem mantido de um templo, disse Kitami.

Como Saitama, o número de urnas com cinzas não retiradas em Yokosuka aumentou de 16 em 2013 para 60 em 2014, de acordo com Kitami. Incapaz de armazenar todas as urnas em um espaço municipal para aquelas não retiradas, a cidade removeu 600 delas na última década.

As cinzas foram retiradas das urnas e enterradas juntas no campo de um oleiro.

Fonte e imagem: Japan Times

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