A CES 2018 (Consumer Electronics Show), a maior feira de eletrodomésticos do mundo, teve início na madrugada de quarta-feira (10), horário japonês, em Las Vegas (EUA). Este ano, as fabricantes de eletrônicos e automóveis perderam espaço para duas gigantes da tecnologia: Amazon e Google. As armas de batalha de ambas foram as inteligências artificiais (AI ou IA) e as parcerias intensas com outras empresas.
Ao contrário da época em que ambas competiam pelo monopólio tecnológico, as IA têm uma grande possibilidade de submergir no coração da sociedade e da indústria. Uma “revolução industrial das IA” está prestes a mudar drasticamente o cenário competitivo.
Google e parcerias econômicas
“Ei, Google, qual o tempo do meu destino de viagem?”, foi o discurso de abertura da coreana LG. Apresentada como a mais recente tecnologia, a inteligência artificial “Google Assistente” esta instalada em televisão ultrafina. A LG mostrou como comandos de voz conseguem realizar comandos na tela, acessar a Internet e pesquisar pela TV.
Scott Huffman, vice-presidente encarregado da Google e convidado especial da coletiva de imprensa, mostrou sua convicção em relação à inteligência artificial. “Relógios, televisões, geladeiras, máquinas de lavar, fornos e até aparelhos de ar-condicionado, qualquer produto de qualquer área podem ser colaboradores”, comentou Huffman.
A Sony e a Lenovo também apresentaram novos produtos com a assistente do Google. Em 2016 a Google iniciou as vendas de alto-falantes próprios com a assistente inteligente, além de notebooks e smartphones da própria empresa. A Google mostrou uma iniciativa de expansão para produtos de outras empresas na CES.
Amazon em automóveis
A Amazon também possui sua própria assistente pessoal “Alexa” e havia anunciado a utilização do serviço pela Ford Motors e outras 700 empresas em 2017. A IA está se aproximando cada vez mais da fusão com eletrodomésticos e automóveis.
Neste evento a Panasonic divulgou que introduziria a Alexa em equipamentos veiculares. A Toyota também anunciou que a Alexa estará presente em parte dos modelos novos que serão vendidos nos EUA em 2018.
As duas gigantes mostraram notável presença no mercado geral com as IAs, mas as empresas chinesas também estão prosperando.
Made in China
“Os EUA estão em primeiro lugar no desenvolvimento de IA, mas a China está encurtando essa distância cada vez mais”, comentou a empresa de pesquisas na Internet Baidu, em coletiva de imprensa. O presidente e diretor de operações (COO) Qi Lu enfatizou diversas vezes a velocidade da China no mercado.
Tanto a Google e Amazon quanto o Baidu nunca haviam sido os protagonistas da CES. Entretanto, a digitalização dos eletrodomésticos está avançando, e esta é uma época em que os softwares serão a chave do sucesso. O incentivo do governo chinês considera o Baidu um jogador que não pode ser ignorado no mercado de IA.
A tecnologia de direção autônoma do Baidu ainda é “prematura” ao ver dos EUA e do Japão. Contudo, as fabricantes de automóveis locais começaram a introduzir o serviço, e não há como negar a possibilidade da empresa se tornar a responsável pela área na China. Caso o número de fabricantes parceiras aumentar e os dados se acumularem, o nível tecnológico aumenta exponencialmente.
Outros jogadores entraram na competição
Mesmo no mercado de hardwares, a luta por clientes é intensa. A gigante de GPU (semicondutores de processamento de imagens) NVIDIA anunciou um sistema de semicondutores de alto processamento para aumentar as funcionalidades de direção autônoma e IA. Aproximadamente 320 automobilísticas se tornarão parceiras da NVIDIA.
A Intel divulgou parceria com a Shanghai Automotive Industry Corporation (SAIC), empresa automotiva chinesa, no campo de direção autônoma e de construção de estúdios de gravação de imagens tridimensionais.
Os jogadores da competição digital perderam os limites de nacionalidades e tipos de negócios. Mas e o Japão? A previsão indicava que o país ofereceria diversos méritos para empresas e consumidores, porém há o risco da potência cair para o grupo dos “outros”, que são encarregadas pela montagem de produtos.
A CES reflete a realidade comentada pelo diretor Akio Toyoda, da Toyota, que muitas empresas japonesas estão enfrentado: “Uma competição de vida ou morte.”
Fonte: Nikkei Shimbun