A intenção do fotógrafo brasileiro, nikkei de terceira geração, Junior Maeda, 42, de Kakegawa (Shizuoka), é mostrar para a nova geração como era a vida do migrante brasileiro da década de 90.
Em apartamentos simples, ainda não havia smartphone. Muitos não tinham nem telefone residencial, precisando ir até um orelhão para ligar para os familiares que deixou no Brasil.
A vida era solitária e, por outro lado, cheia de esperanças. Afinal, todos os decasséguis atravessaram metade do Planeta para ganhar dinheiro e enviar para os familiares.
A comunicação ainda era feita por carta. Sim, daquelas manuscritas e enviadas por correio internacional, em envelope com bordas em azul e vermelho.
Junior Maeda trabalha em fábrica e nos fins de semana envia fotos de eventos para o Portal Mie. Esse trabalho de reprodução dos cenários da década de 90, tem feito a partir das próprias experiências. No fim de semana conta com os amigos para reproduzir os cenários da época.
A nova geração já tem brasileiros formados em universidades japonesas. A intenção do fotógrafo é mostrar, através de suas fotografias, o quanto os primeiros migrantes sofreram para se adaptar à realidade da época e à sociedade japonesa.
O Japão está prestes a abrir portas para os de quarta geração – yonsei – para os quais gostaria de deixar este registro, disse Junior Maeda.
As fotos são em preto e branco, têm um toque saudoso e retratam o cotidiano da época. Vale a penar ir até lá apreciar a exposição.
Exposição Decasségui
- Local: Create Hamamatsu
- Período: até 11 deste mês
- Endereço: Shizuoka-ken Hamamatsu-shi Naka-ku Hayauma-cho 2-1 (toque aqui para abrir o mapa)
Fonte e fotos: Shizuoka Shimbun