Japão é um dos países para onde o melão amarelo foi exportado (imagem ilustrativa)
Melões contaminados com a bactéria listeria foram exportados da Austrália a pelo menos nove países, onde um surto matou sete pessoas e causou um aborto, informou a OMS-Organização Mundial da Saúde.
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A OMS publicou uma declaração na segunda-feira (9) confirmando que melões da fonte do surto, um único produtor no estado de Nova Gales do Sul, foram exportados para Bahrain, Hong Kong, Japão, Kuwait Malásia, Oman, Qatar, Singapura e Emirados Árabes Unidos e também podem ter sido enviados a Seicheles.
Desde janeiro, 20 casos de pessoas contaminadas por listeria foram reportados na Austrália, todos dos quais precisaram de internação. Além das sete mortes, o surto também foi a causa de um aborto.
A bactéria listeria tem um período de incubação potencialmente longo, geralmente de uma a duas semanas, mas possivelmente por até 90 dias, então mais casos podem ser reportados, segundo a OMS.
“Casos nos países afetados ainda podem ser identificados”, disse a OMS.
O produtor australiano de melão, cujo nome não foi divulgado pela OMS, recolheu a fruta em 27 de fevereiro.
Em 2 de março autoridades australianas descobriram que os melões da empresa haviam sido exportados e enviaram informações detalhadas através da Rede Internacional de Autoridades em Segurança de Alimentos aos países relacionados.
“Acredita-se que a causa do surto tenha sido uma combinação de condições ambientais e clima que contaminaram a superfície da fruta, com baixos níveis da bactéria persistindo após o processo de lavagem”, disse a OMS.
“O produtor continua trabalhando de perto com autoridades relevantes e voltou a fornecer melões (durante a semana que iniciou em 2 de abril) após testes terem liberado a propriedade”.
A listeria pode vir em uma forma média que causa diarreia e febre em pessoas saudáveis dentre de poucos dias.
Contudo, também há uma forma severa que pode causar septicemia e meningite dentre as pessoas de mais alto risco, como gestantes, crianças, idosos e pessoas que passam por tratamento para câncer, AIDS ou transplante de órgão.
A taxa de mortalidade da forma severa é de 20 a 30 por cento.
Assim como frutas não lavadas, alimentos de alto risco incluem produtos feitos com leite não pasteurizado, queijo-creme, sorvetes, peixes crus, crustáceos e mariscos.
O surto ocasionou um impacto devastador na indústria de melões da Austrália, com a mídia local reportando que a demanda por melões, onde são conhecidos como rockmelons, caiu 90% em todo o país.
Fonte: Agência Reuters
Imagem: Bank Image