Tecnologia de reconhecimento facial em aeroportos também será usada para estrangeiros

Portões similares que usam a tecnologia já estão sendo usados no aeroporto de Haneda para fazer a verificação de cidadãos japoneses.

Acima, imagem de portões com a tecnologia de reconhecimento facial já sendo usados no aeroporto de Haneda para fazer a verificação de cidadãos japoneses (Asahi/reprodução)

Tecnologia de reconhecimento facial será usada em principais aeroportos no ano fiscal de 2019 para fazer a verificação de (visitantes) estrangeiros que saem do Japão, disse um oficial do Ministério da Justiça na segunda-feira (23).

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Portões similares que usam a tecnologia estão sendo usados no aeroporto de Haneda (Tóquio) para fazer a verificação de cidadãos japoneses, mas o novo plano permitirá que o Departamento da Imigração aloque mais recursos humanos ao processamento de chegadas de estrangeiros, reduzindo o tempo de espera, disse o oficial.

Além disso, isso permitiria que mais funcionários da imigração fossem atribuídos a tarefas relacionadas a funções antiterrorismo com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.

Como vai funcionar

Os portões vão escanear os rostos dos passageiros e comparar as imagens com dados fotográficos codificados em microchips em passaportes. Os portões vão se abrir automaticamente se o computador verificar a correspondência. O processo todo leva apenas 15 segundos, disse o oficial.

Em resposta às questões de privacidade, os dados de imagem facial serão deletados imediatamente após a verificação ser concluída.

Pode não haver portões suficientes no começo, mas o ministério planeja aumentar o número de três para 137. Os detalhes do sistema serão elaborados até o final do próximo mês de março, disse o oficial.

Tecnologia será usada em vários aeroportos

Além de Haneda, os portões serão instalados nos aeroportos de Narita (Chiba), no Chubu Centrair (Aichi), no Kansai (Osaka) e no de Fukuoka (província homônima), no final deste ano.

O turismo estrangeiro vem aumentando desde 2011. Um recorde de 28.69 milhões de turistas estrangeiros visitou o arquipélago no ano passado, alta de 19.3% ante 2016, de acordo com a Agência de Turismo do Japão.

O governo também planeja aumentar o número de turistas para 40 milhões até o ano de 2020 – quando Tóquio sediar os Jogos Olímpicos – e para 60 milhões até 2030.

Fonte: Japan Times
Imagem: Asahi

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Homem que foi trocado em hospital de Tóquio há 50 anos busca respostas

Publicado em 25 de abril de 2018, em Sociedade

O homem nasceu há 5 décadas em um dos hospitais mais respeitados do Japão. Foi somente em abril deste ano que a instituição médica tornou o caso público em seu site oficial.

O homem de 51 anos comprovou a suspeita através de um exame de DNA (imagem ilustrativa)

“Eu só queria encontrar meus pais biológicos e descobrir quem eu sou”, disse um homem ao jornal Mainichi, que foi levado para casa, do Hospital Universitário Juntendo, em Bunkyo (Tóquio), como filho pela família errada há 51 anos.

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O hospital admitiu a troca e pediu desculpas ao homem, mas se recusou a fornecer a ele informações sobre seus pais biológicos porque isso “interromperia a vida tranquila da outra parte”. Não há regras ou leis no Japão em vigor para tais situações, e o direito do homem à informação pode espalhar debate.

Mãe faz revelação ao filho

Em um café em Tóquio, no mês de novembro de 2015, o homem sentou em volta de uma mesa com sua mãe, de aproximadamente 70 anos, e ela revelou os acontecimentos de meio século atrás com uma expressão solene: “Acho que você pode ter sido trocado no hospital. Enquanto o homem passava por um choque, ela continuou, “Não tinha certeza se eu deveria te dizer ou não, mas eu queria que você soubesse antes de eu morrer”.

A mãe do homem explicou que durante um exame médico, quando ele entrou no ensino primário, descobriu-se que o seu tipo de sangue era A. Ambos os pais eram B, então não havia maneira de que eles pudessem ter tido um filho com um tipo diferente de sangue.

Mesmo a mãe pedindo ao hospital que investigasse o caso, a instituição se recusou e, suspeitando que a esposa teve um caso amoroso, o pai do homem abandonou a família.

Contudo, o homem cresceu não sabendo nada sobre isso. As despesas da família estavam sempre apertadas e de tempo em tempo, quando frequentava o ginásio, ele entregava jornais para complementar o orçamento. Seu padrasto dizia que não tinha dinheiro, então, o homem desistiu de frequentar o colegial.

Teste de DNA

Após a conversa com sua mãe, o homem fez um teste de DNA em dezembro de 2015. Os resultados concluíram que havia zero por cento de chance de que sua mãe estava relacionada a ele pelo sangue. Quando soube dessa evidência, o hospital finalmente admitiu o erro e pagou uma indenização. Mesmo assim, a instituição médica recusou o desejo do homem de conhecer seus pais biológicos.

Foi somente em abril deste ano que o Hospital Universitário Juntendo tornou o caso público em seu site oficial.

A declaração explicou que naquela época dava-se banho nos recém-nascidos antes do nome da mãe ser escrito na sola do pé dos bebês para identificação, e que há uma possibilidade de que a troca tenha ocorrido nesse estágio do processo.

Enquanto o hospital tenha restringido a outra família envolvida na troca, devido a não querer “interromper a vida tranquila dessa parte”, a instituição decidiu não informá-la sobre o ocorrido. O hospital não respondeu a um pedido para comentário enviado pelo jornal Mainichi.

Outros casos de troca de bebês

Casos de bebês que foram trocados no nascimento em instituições médicas não são completamente inéditos no Japão.

Em um documento de pesquisa de 1973 compilado por um professor da Universidade de Tohoku em meio ao segundo baby boom do país, houve um total de 32 casos que foram revelados entre 1957 e 1971. Com a baixa natalidade e intensificação das diretrizes hospitalares, tais erros foram quase que completamente eliminados, mas quando incidentes passados vem à tona, os casos muitas vezes se transformam em conflitos.

Com os avanços em tecnologia reprodutiva assistida, têm havido movimentos que visam legalizar o “direito da criança de conhecer sua origem”, mas em casos de bebês trocados, há uma possibilidade de que os pais biológicos não tenham consciência da ocorrência, então o problema não tem uma solução tão simples.

“Numa preocupação de minha parte, ela realmente não vai dizer isso, mas eu sei que bem lá no fundo ela quer conhecer seu filho verdadeiro”, disse o homem sobre sua mãe de criação. “Eu quero dar à ela a chance de conhecê-lo enquanto ainda está viva”.

Fonte: NHK
Imagem: Bank Image

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