Os EUA pediram ao Japão para reduzir seus altos níveis de reservas de plutônio, uma medida que ocorre enquanto a administração de Trump busca convencer a Coreia do Norte a abandonar suas armas nucleares, soube o Nikkei.
O pedido foi feito pelo Departamento de Estado dos EUA e pelo Conselho de Segurança Nacional antes da extensão do próximo mês de um acordo de cooperação nuclear bilateral, segundo pessoas familiares com o assunto.
Japão tem quantidade suficiente para produzir 6 mil ogivas nucleares
O Japão tem cerca de 47 toneladas do elemento radioativo – suficiente para produzir cerca de seis mil ogivas nucleares. Críticos japoneses e estrangeiros apontaram essas reservas como fonte pronta de material para produção de bombas caso o Japão escolhesse se tornar um estado de armas nucleares.
A produção de plutônio é proibida a princípio, mas o Japão, que é pobre em recursos naturais, teve permissão sob o pacto bilateral para extrair o material de barras de combustível nuclear usado.
O Japão insiste que não mantém reservas de plutônio “sem propósitos específicos”. Críticos no Japão e em outros lugares, incluindo China e alguns no Congresso dos EUA, demonstraram preocupação com o tamanho dessas reservas.
Preocupação com o tamanho das reservas de plutônio
Os EUA pediram ao Japão que impusesse um limite em suas reservas de plutônio. A administração de Trump também quer emitir uma declaração conjunta, determinando que o fornecimento de plutônio do Japão é para uso pacífico, quando o pacto de cooperação nuclear for renovado, de acordo com pessoas familiares ao assunto.
Em resposta, a reguladora nuclear do Japão poderá adotar ainda este mês uma política de reduzir as reservas e não permitir que ultrapassem os níveis atuais.
O governo japonês pediu à Federação de Companhias de Energia Elétrica, cujos membros incluem as operadoras de plantas nucleares do país, que reduzissem as reservas de plutônio.
Alguns no escritório do primeiro-ministro Shinzo Abe estão preocupados com a questão do plutônio, que poderia condenar o acordo nuclear dos EUA com o Japão. O pacto será renovado automaticamente em 16 de julho, mas pode ser interrompido se cada lado der aviso dentro de seis meses.
Fonte: Nikkei Imagem: The Star Online