Philip Wilson foi condenado a 12 meses de prisão com um período sem condicional de seis meses (BBC/EPA)
É provável que o mais alto representante da Igreja Católica no mundo a ser condenado por encobrir abusos sexuais de menores seja poupado de um tempo na prisão.
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O arcebispo de Adelaide, na Austrália, Philip Wilson foi considerado culpado em maio por não relatar à polícia sobre os abusos contra dois coroinhas cometidos por um padre pedófilo nos anos 1970.
O magistrado Robert Stone no tribunal local de Newcastle condenou na terça-feira (3) o arcebispo de 67 anos a 12 meses de prisão com um período sem condicional de seis meses. Ele ordenou que Wilson seja avaliado para prisão domiciliar.
“Toda a comunidade está devastada de várias maneiras por décadas de abuso e seu encobrimento”, disse o juiz sobre o abuso sexual de menores em geral.
Vítimas
Um sobrevivente do abuso, Peter Gogarty, disse que estava “um pouco desapontado” com a sentença, mas o fato que o arcebispo havia sido condenado ainda era significante.
Peter Creigh e outro coroinha disseram a Wilson em 1975 que o padre James Fletcher havia abusado deles várias vezes na região de New South Wales Hunter, mas o clérigo não havia feito nada.
Creigh, que tinha apenas 10 anos quando foi alvo de Fletcher, acreditou que Wilson – então padre assistente – faria alguma coisa.
O segundo coroinha, que não pode ser identificado por questões legais, disse que ele tinha apenas 11 anos quando foi até o confessionário para dizer a Wilson que Fletcher havia abusado dele. Wilson disse que ele estava mentindo porque Fletcher “era um bom homem”.
O crime de Wilson estava relacionado ao período de 2004 a 2006, quando Fletcher havia sido acusado por crimes de abuso sexual de menores e o magistrado considerou que Wilson havia obtido o nível de convicção necessária para relatar o que ele sabia às autoridades.
O arcebispo, que potencialmente está sofrendo os primeiros estágios da doença de Alzheimer, disse em seu julgamento que ele não conseguia lembrar de ser informado sobre o abuso.
Outra vítima de Fletcher, Daniel Feenan, disse que se Wilson tivesse ido à polícia em 1976 o padre pedófilo “nunca teria me tido”.
Fletcher foi considerado culpado em 2004 por nove casos de abuso sexual de menores e morreu na prisão em decorrência de um derrame no ano de 2006.
Fonte: The Telegraph
Imagem: BBC