As grandes distribuidoras de petróleo do Japão estão considerando interromper as importações de petróleo do Irã em resposta às exigências dos EUA, disseram fontes próximas ao assunto na quinta-feira (19), divulgou a Kyodo.
Empresas de petróleo estão planejando compensar a escassez ao aumentar as aquisições de outras fornecedoras no Oriente Médio, como a Arábia Saudita, visto que as importações de petróleo bruto iraniano poderão ser interrompidas por volta de outubro, disseram as fontes.
Preço da gasolina regular, o maior nível em 3 anos e meio
Para consumidores no Japão, país pobre em recursos naturais, a mudança poderia significar preços mais altos para gasolina e produtos relacionados devido aos custos mais elevados de obtenção.
O preço médio para o litro da gasolina regular situou-se acima de 150 ienes desde a terça-feira (17), atingindo o maior nível em 3 anos e meio, de acordo com a Agência Para Recursos Naturais e Energia.
A suspensão também ocorre em meio à possibilidade de que acordos de transações serão dificultados porque grandes bancos, como o MUFJ e o Mizuho, estão considerando interromper negócios ligados ao Irã após a decisão dos EUA de restabelecer sanções contra Teerã.
Petróleo do Irã é relativamente barato em comparação a outros países
O petróleo bruto do Irã, que tradicionalmente tem relações diplomáticas estáveis com o Japão, é relativamente barato em comparação a outros países. Ele conta por cerca de 5% das importações anuais do Japão de petróleo bruto.
Os EUA vêm pedindo por uma suspensão de importações de petróleo do Irã até 4 de novembro. Alguns países como a China rejeitaram os pedidos dos EUA e o Japão está buscando uma isenção.
O secretário de estado Mike Pompeo indicou no início deste mês que Washington vai considerar solicitações de alguns países para que sejam isentos da proibição liderada pelos EUA, mas continua incerto se o Japão receberá uma dispensa.
O presidente dos EUA Donald Trump endureceu sua postura em relação ao Irã e retirou seu país de um acordo internacional de armas nucleares.
Sob o acordo firmado em 2015 entre o Irã e seis grandes potências – Grã-Bretanha, China, França, Alemanha, Rússia e EUA – o Teerã concordou em moderar suas atividades nucleares em troca da retirada de sanções econômicas pesadas.
Fonte: Japan Times, Kyodo Imagem: Banco de imagens