Enquanto o número de pacientes estrangeiros no Japão cresce, empresas estão na corrida para desenvolver produtos e serviços multilíngues para ajudar hospitais a lidar com as inevitáveis barreiras no idioma.
Mais de 28 milhões de turistas do exterior visitaram o Japão em 2017, três vezes mais em comparação há uma década, e o número de trabalhadores estrangeiros no país também está aumentando. Como resultado, hospitais no Japão estão recebendo mais pacientes estrangeiros.
As opções de alta tecnologia
A startup na área da saúde, a ShareMedical, planeja introduzir até o final de agosto um serviço de interpretação por telefone que usa inteligência artificial. A Fujitsu vem logo atrás, com o lançamento de um terminal de interpretação antes de março de 2019, enquanto a NEC lançará um quiosque de recepção multilíngue em 2020.
O serviço da ShareMedical permite aos funcionários de hospital e pacientes conversarem através do telefone em seu próprio idioma, traduzindo as conversas em tempo real via nuvem. O serviço identifica que língua as pessoas estão falando, traduz as palavras faladas em texto, então converte o texto em dados de voz que são transmitidos aos participantes em uma voz sintetizada.
Cada parte da conversa leva cerca de um segundo para ser processada e, pelo fato do mecanismo de tradução ser equipado com inteligência artificial, repostas desarticuladas saem de forma mais natural do que aquelas que usam máquinas convencionais de tradução.
O serviço pode operar em 17 idiomas e emprega telefonia padrão, eliminado a necessidade de equipamento especial ou software.
A ShareMedical cobrará entre 20 a 30 ienes por cada conversa, comparados aos serviços convencionais de interpretação humana por telefone, os quais custam cerca de 300 ienes por minuto.
O quiosque de recepção da NEC auxilia o paciente quando ele dá entrada no hospital, com a fatura e o direciona ao departamento apropriado. Ele também pode exibir horas aproximadas de espera.
O dispositivo trabalha em japonês, inglês, chinês e coreano. Quando equipado com uma câmera e a tecnologia de autenticação facial da NEC, o quiosque também permite aos pacientes que retornam dar entrada sem a necessidade de qualquer documento de apoio.
Enquanto isso, a Fujitsu desenvolveu um dispositivo vestível, hands-free que traduz conversas face a face em japonês, inglês e chinês, facilitando para que os funcionários de hospitais se comuniquem com os pacientes que estão recebendo tratamento.
Hospitais têm dificuldades para atender estrangeiros
De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar em 2016, grande parte das instituições médicas japonesas teve problemas ao fornecer atendimento a pacientes estrangeiros, incluindo 35% que não conseguiram reaver custos médicos.
Ao contrário de hospitais urbanos, pequenas clínicas e hospitais em áreas rurais acham difícil e caro recrutar funcionários que falam outros idiomas. Como o problema se torna mais acentuado, competição para fornecer serviços econômicos de tradução automática para instituições médicas poderá aquecer.
Fonte: Nikkei Banco de imagens