Voluntário que saiu de Oita para ajudar nas buscas do menino de 2 anos desaparecido, ele encontrou e levou até a mãe (NHK)
Autodenominado voluntário, Haruo Ohata, 78, saiu da cidade onde vive, em Hiji (Oita) para Yamaguchi, quando soube do desaparecimento do menino de 2 anos.
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Nem se lembrou da distância de mais de 220Km percorridos com sua camionete kei. Ele leu uma matéria no jornal e foi até a ilha Suo Oshima (Yamaguchi) na quarta-feira (14).
Ao chegar, prometeu à mãe do menino Yoshiki Fujimoto, de 2 anos, que iria entregá-lo diretamente para ela.
Por volta das 6h30 do dia seguinte já saiu sozinho para a floresta e cerca de meia hora depois encontrou Yoshiki-kun.
Relembra com emoção o momento em que viu o menino. “Quando ele respondeu ‘estou aqui’ foi de uma alegria sem tamanho”, exclama com lágrima nos olhos.
Depois de dar balas ao pequeno, viu que Yoshiku-kun mastigou rapidamente, pensou “está fora de perigo, está bem”. O voluntário o pegou no colo e foi direto para a casa do bisavô, onde a mãe estava ansiosa esperando pelo filho.
“Super voluntário é um herói”
Logo após a divulgação pelos noticiários de que Yoshiki-kun foi encontrado por um voluntário os comentários nas redes sociais começaram a aparecer.
Ohata logo se transformou em assunto da quarta-feira (15). “Super voluntário é um herói”, começaram os posts.
À esq. logo depois de encontrar o menino e à dir. em 5/4/2011, em Miyagi, na ajuda depois do tsunami (Asahi)
“Esse vovozinho é um herói”, “me tornei fã”, foram os comentários nos outros posts.
Lições de vida do voluntário
Ohata é voluntário há 13 anos e trabalhou muito depois do tsunami de 2011.
A vitalidade e jovialidade não denunciam a idade cronológica. Como voluntário retira objetos pesados das áreas de desastre como se fosse um atleta.
Também costuma ajudar nas buscas para encontrar pessoas, como fez no caso do pequeno Yoshiki.
Em sua camionete tem água, comida e saco de dormir. Isso para jamais incomodar as pessoas que precisam de ajuda. “Esta é a condição do verdadeiro voluntário”, explica. Usa o dinheiro da sua aposentadoria para fazer essas atividades.
Contou que começou aos 65 anos, ainda dono de uma peixaria em Beppu (Oita). “É minha forma de retribuir à sociedade que me fez, mesmo não tendo nada, nem escolaridade”, revelou para o jornal Asahi.
Homenagem da polícia e gratidão da mãe
No mesmo dia 15 a Polícia da Província de Yamaguchi, através da delegacia de Suo Oshima, lhe entregou um certificado de gratidão pela sua atitude.
Ao recebê-lo com palavras de gratidão disse “não há nada mais importante que a vida”.
“Ele (Ohata) prometeu que traria meu filho de volta, que incrível”, disse a mãe, 37 anos, no hospital onde o filho está internado.
Ela agradeceu a todos os policiais e bombeiros, além das pessoas como Ohata que se juntaram para procurar seu filho. “Minha profunda gratidão por terem ajudado na busca, nesse calor”, finalizou.
À esq. em Kumamoto, logo depois do terremoto, e à dir. em Miyagi, dia 26/4/2011 (arquivo do jornal Asahi)
Fonte e fotos: NHK