Efeitos do aquecimento global estão possibilitando que vários tipos de plantas criem raízes e se espalhem nas condições extremas em volta do topo do Monte Fuji
Os efeitos do aquecimento global estão possibilitando que as espermatófitas (plantas com sementes), incluindo espécies exóticas, criem raízes e se espalhem nas condições extremas em volta do topo do Monte Fuji.
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Temperaturas mais quentes no pico de 3.776 metros de altura permitiram que as raízes das plantas sobrevivessem aos meses mais frios de inverno, disse um observador de longa data, salientando que algumas das sementes acabaram sendo trazidas à montanha porque estavam grudadas nos sapatos e roupas dos alpinistas.
Anteriormente, somente líquens e musgos haviam sido encontrados no topo do Monte Fuji, e acredita-se que sementes trazidas acidentalmente ao pico tenham morrido.
Hisao Sugawara, de 74 anos, líder de um grupo que estuda a história natural do Monte Fuji, pesquisa plantas na montanha há mais de 50 anos.
Ele descobriu uma espécie rosa conhecida como Stellaria nipponica, uma junça chamada Carex stenantha e a Calamagrostis canadenses subsp.langsdorffii, um tipo de grama, em volta do topo pela primeira vez em 2012.
A Calamagrostis canadensis subsp. langsdorfii (à esq.), a Salix reinii (sup. à dir) e a Carex stenatha em volta da cabana (inf. à dir) – Asahi
Trabalhando com um botânico, Sugawara conduziu pesquisas e identificou oito espécies de plantas de seis famílias no fim do verão deste ano, incluindo a Salix reinii, um arbusto que é um tipo de salgueiro, e o capim-azul Kentuck, que não é endêmico.
Sugawara disse que a temperatura quente não é única coisa que está criando ambiente favorável para tais plantas. A terra plana e estável projetada para a estação meteorológica e cabanas na montanha também está ajudando as plantas sobreviverem.
A temperatura média anual no topo do Monte Fuji foi de 6,75ºC negativos por mais de 10 anos a contar de 1933. Para a década com início em 2003, a média aumentou para 5,92ºC negativos.
Avistamentos relatados de plantas com sementes no topo começaram há 20 anos, de acordo com Takehiro Masuzawa, professor emérito na Universidade de Shizuoka que é conhecedor da ecologia das plantas no Monte Fuji.
Ele espera que as populações de plantas no pico se expandam.
Sugawara salientou a importância de “contínua observação e registro” da natureza no Monte Fuji, visto que o ecossistema dos picos mais altos do Japão muda.
Fonte: Asahi
Imagem: Asahi, Banco de imagens