Um crescente número de mulheres na FAJ- Forças de Autodefesa do Japão está entrando em campos antigamente dominados apenas por homens, com uma recentemente se tornando a primeira piloto de caça do país.
“Quero me tornar uma piloto plena, não diferente dos homens”, disse Misa Matsushima, 1ª tenente da Força Aérea de Autodefesa, aos repórteres no fim de agosto após uma cerimônia realizada em uma base na província de Miyazaki, marcando a conclusão de um curso de treinamento para se tornar uma piloto de caça F-15.
“Ficarei feliz se mais mulheres ficassem motivadas para se tornar pilotos de caça por minha causa”, disse ela.
A FAAJ- Força Aérea de Autodefesa do Japão retirou a restrição de gênero sobre as mulheres operarem caças, assim como aeronaves de reconhecimento em novembro de 2015. Até então, o Ministério da Defesa do Japão havia considerado as condições muito severas para as mulheres por causa das extremas forças-G envolvidas em operar caças que, às vezes, dificultam até a respiração dos pilotos.
No Estado-Maior Conjunto do ministério, que é responsável pela operação total das forças de autodefesa, algumas oficiais mulheres da força marítima e aérea ocupam agora cargos importantes.
Na FTAJ – Força Terrestre de Autodefesa do Japão, as mulheres assumiram cargos em uma ampla faixa de atividades. Por exemplo, o comandante regimental para suporte de logística, que lidera mais de 700 subordinados, é do sexo feminino, enquanto as mulheres também se tornaram pilotos de helicópteros de ataque e restrições sobre elas se tornarem pilotos de tanques também foram retiradas.
A líder da 1ª Divisão de Escolta da FMAJ, um esquadrão de quatro navios que incluiu o principal porta-helicópteros Izumo com uma tripulação de mil, também é uma mulher.
O ministério também começou a levar em consideração a permissão de mulheres para trabalhar a bordo de submarinos.
Se o plano for colocado em ação, as únicas restrições restantes para membros do sexo feminino serão as corporações da FTAJ que lida com substâncias perigosas e aquela despachada a áreas onde partículas de poeira são formadas no ar.
Essas duas corporações estão sujeitas a limitações de destacamento sob a Lei de Padrões de Trabalho – a partir do ponto de vista de proteger os corpos das mulheres de substâncias nocivas que poderiam afetar a gravidez – de acordo com o Ministério da Defesa.
Enquanto a recente tendência de promover mulheres a cargos de linha de frente em campos da defesa nacional reflete a política do governo de “empoderamento feminino” do governo, o ministério também está tentando utilizar mais membros do sexo feminino para abrandar uma escassez de recursos humanos.
Desde o fim de março, o número de membros na FAJ situou-se a 226.789. O número de mulheres foi de 14.686, contando por somente 6,5% de todos os membros, embora o ministério afirme que planeja ter mais de 9% até 2030.
Contudo, obstáculos permanecem no caminho para colocar mais mulheres na FAJ devido à falta de instalações para elas, como acomodações.
Renovações não são necessárias apenas no local de trabalho para empregar mais mulheres, mas também em instalações de treinamento.
Para criar um ambiente de trabalho mais amigável às mulheres, o ministério instalou creches dentro de algumas guarnições e bases, e revisou seu sistema para que pudesse recontratar antigas funcionárias que deixaram o cargo para cuidar dos filhos pequenos. Quatro mulheres foram recontratadas de janeiro a setembro, com base no sistema alterado.
“Quando temos que despachar nosso pessoal a operações de resgate em desastres naturais ou missões internacionais, as mulheres estão em demanda porque normalmente é mais fácil de conversar com elas. Queremos ser uma organização com diversidade”, disse outro alto oficial.
Fonte: Kyodo Imagem: Kyodo, Wikimedia