A marca italiana famosa internacionalmente se envolve em mais uma polêmica (imagem ilustrativa/banco de imagens PM)
A Dolce & Gabbana adiou um desfile em Xangai, na China, após protestos em relação a posts racialmente ofensivos em sua conta no Instagram que a marca internacionalmente famosa afirmou terem sido escritos por hackers.
Publicidade
A controvérsia surgiu após a marca italiana ter publicado um vídeo no site chinês de mídia social, o Weibo, na segunda-feira (19) mostrando uma modelo chinesa usando pauzinhos para tentar comer uma pizza, espaguete e outras iguarias italianas.
Usuários da Weibo acusaram a marca de banalizar a cultura da China e retratar a mulher chinesa de uma maneira racista. O vídeo foi tirado do ar dentro de 24 horas, mas ele já havia sido compartilhado amplamente na mídia social, onde a hashtag #BoycottDolce começou a circular.
As acusações de racismo e estereotipação racial se intensificaram após o que parecia ser uma conversa por mensagem direta do Instagram entre Stefano Gabbana e a escritora fashion Michaela Phuong ter sido compartilhada pela Diet Prada, uma conta no Instagram conhecida por criticar a indústria fashion.
Na conversa, Gabbana parece defender a campanha e faz comentários depreciativos sobre a China e comentadores chineses. Ele também reclama sobre o vídeo sendo retirado do ar.
Em uma declaração posterior no Instagram, a empresa afirmou: “Nossa conta no Instagram foi hackeada, assim como a de Stefano Gabbana. Nosso escritório jurídico está investigando urgentemente”, e pediu desculpas por “qualquer desconforto causado por esses posts não autorizados, comentários e mensagens diretas”.
Outros casos polêmicos envolvendo a marca
Essa não é a primeira vez que a marca foi envolvida em um protesto público nessa escala. Em abril de 2017, ela publicou uma campanha no Weibo retratando Pequim como uma cidade não desenvolvida. O post foi deletado após reclamações.
Em 2007, a marca foi abertamente criticada pela Advertising Standards Authority do Reino Unido por uma série de anúncios que pareciam retratar violência contra mulheres.
Cinco anos depois, em 2012, a Dolce & Gabbana foi acusada de romantizar a escravidão após ter colocado modelos na passarela usando brincos reminiscentes de obras de arte Blackamoor.
Três anos depois, a marca listou um par de sapatos em seu site como “sandálias de escravo com pompoms”. Posteriormente, eles foram renomeados como “sandálias decorativas”.
Na talvez maior controvérsia até os dias atuais, em 2015 os designers foram criticados quando Domenico Dolce chamou crianças nascidas por meio de fertilização in vitro (FIV) de “sintéticas”. Ele se desculpou depois.
Fonte: The Guardian