O jornalista freelancer Jumpei Yasuda, que foi recentemente libertado após três anos e quatro meses mantido como refém de rebeldes armados na Síria, realizou uma conferência de imprensa no distrito de Chiyoda (Tóquio) nesta sexta-feira (2).
Essa é sua primeira aparição pública desde o dia que retornou ao Japão.
“Gostaria de pedir desculpas e manifestar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam para garantir minha liberdade e àqueles que se preocuparam comigo. Muito obrigado”, disse Yasuda no início da conferência de imprensa realizada no Japan National Press Club, curvando-se profundamente. “Lamento que o governo japonês tenha se envolvido por causa de minhas ações”.
Desde seu retorno ao Japão em 25 de outubro, Yasuda passou a maior parte do tempo no hospital para ter sua saúde física e emocional monitorada e evitou aparições públicas por causa de potenciais tensões emocionais.
Ele finalmente decidiu realizar a conferência porque “é minha responsabilidade explicar o máximo possível sobre o que aconteceu”, declarou.
Em junho de 2015, Yasuda entrou no noroeste da Síria, a partir do sul da Turquia, para reportar sobre a guerra civil no país. Após notificar um amigo que ele havia conseguido atravessar a fronteira, a comunicação por parte dele cessou.
Yasuda explicou que um documento interno pertencente ao grupo extremista do EI- Estado Islâmico que ele havia obtido foi a razão para sua entrada na Síria.
A composição familiar e rendas, orçamentos e outras informações (dos combatentes) eram todas meticulosamente sistematizadas, como em uma organização nacional”, disse Yasuda. “Queria investigar mais sobre isso”.
Em março de 2016 um vídeo de um homem que aparentava ser Yasuda foi divulgado na internet, e o governo japonês admitiu que havia a possibilidade de que o jornalista havia sido tomado como refém.
Em 23 de outubro deste ano, o governo japonês foi informado pelo governo de Qatar que Yasuda havia sido libertado.
No dia seguinte, o governo japonês confirmou que um homem na unidade de imigração da Turquia era de fato Yasuda.
Yasuda respondeu perguntas da mídia quando estava no avião voltando ao Japão e disse, “Após eu ter sido tomado como refém, não era nada além de abuso. Fui sujeitado à violência”.
Fonte: Mainichi Imagem: NHK