Pares de pequenos sapatos vermelhos de crianças, saltos de mulheres, carteiras e mochilas vazias se alinham no porto de Tanjung Priok no norte de Jacarta.
Para muitas famílias, esses pertences pessoais – que foram recuperados do mar – são evidências desoladoras, confirmando o destino daqueles que morreram no voo 610 da Lion Air que caiu na segunda-feira (29).
Na quarta-feira (31), autoridades começaram a trazer os familiares ao cais para identificar os pertences pessoais das vítimas, os quais estão ao lado de almofadas e outros destroços que parecem ser da aeronave.
Dentre os itens recuperados estavam carteiras e bens pessoais, incluindo uma bolsa de criança com estampa da Hello Kitty.
Epi Syamsul Qomar, cujo filho de 24 anos estava no voo, caiu em lágrimas quando reconheceu os calçados que ele usava.
“Eu vi o tênis preto do meu filho”, disse ele ao CNN. “Eu também vi a caderneta do banco dele”.
Abdul Rahman, de 49 anos, cujo filho Ryan Aryandi também estava a bordo, disse que ele estava indo assistir a um jogo de futebol.
Rahman disse ao CNN que ele encontrou os sapatos do filho, assim como uma bolsa preta que agora está vazia. Ele disse que ficará mais aliviado se encontrar o corpo dele.
O avião, que transportava 189 pessoas, incluindo três crianças, caiu no mar 13 minutos após decolar. O voo teria duração de uma hora com destino a Pangkal Pinang, na ilha de Bangka.
Investigadores indonésios acreditam ter encontrado a caixa-preta do voo JT610 da Lion Air nesta quinta-feira (1º), uma descoberta que poderá ajudar a explicar a queda da aeronave.
Oficiais começaram a embalar e etiquetar itens individuais à medida que os familiares os identificam e então estão os levando até um hospital da polícia.
Outras famílias, no entanto, não conseguiram encontrar quaisquer pertences de seus entes que perderam a vida no acidente.
Mardiana Harahap, cujo marido Muas Effendi Nasution estava a bordo, disse que veio ao porto com duas filhas, filho e irmão na esperança de encontrar itens que pertenciam a ele, sem sucesso.
Outros, como Nunik Hesti, de 53 anos, disse que não tinham ideia de que parentes estavam no voo.
Ela disse ao CNN que ela nem sabia que seu filho, Wahyu Aldilla, de 32 anos, estava em Jacarta e viajando de volta para casa em Pangkal Pinang.
Hesti disse que estava cozinhando quando ela recebeu um telefonema de seu outro filho dizendo que algo tinha acontecido com Aldilla.
Ela disse que a Air Lion forneceu acomodação e alimentação enquanto oficiais realizam as investigações, mas que a maioria das informações que ela recebeu foi através de notícias que ela lê em seu smartphone ou vê na tevê.
Fonte e imagem: CNN