Sessenta e nove estagiários estrangeiros morreram no período de 2015 a 2017, incluindo 12 que perderam a vida em acidentes durante o treinamento e seis que cometeram suicídio, de acordo com uma análise do Ministério da Justiça de relatórios de empresas que contrataram esses e outros aprendizes.
A revelação foi feita ao jornal Mainichi com a contribuição de Akira Nagatsuma, chefe de assuntos políticos do Partido Democrático Constitucional do Japão.
Ela ocorre em meio à crescente preocupação sobre o Programa de Treinamento Técnico do governo, formalmente destinado a passar conhecimento técnico japonês a países em desenvolvimento, mas que é alvo de críticas por ser uma cobertura para garantir mão de obra barata em condições duras.
Muitos dos 12 que morreram durante treinamento sofreram ferimentos fatais enquanto trabalhavam.
Em um caso, um estagiário foi esmagado por uma empilhadeira quando ela tombou enquanto ele estava operando o veículo. Em outra situação, um aprendiz morreu quando tentava resgatar um colega japonês que ficou soterrado enquanto cavava uma vala para trabalho de tubulação de água.
Em relação àqueles que tiraram a própria vida, além dos seis casos claramente pautados como tal, houve vários em que há suspeita de suicídio. Um estagiário foi atingido por um trem após entrar em cruzamento ferroviário enquanto outro morreu após ingerir pesticida.
Quatro estagiários também foram assassinados, dois dos quais esfaqueados por colegas estrangeiros, de acordo com dados do Ministério da Justiça revelados por Nagatsuma.
Atualmente há 260.000 estagiários técnicos estrangeiros no Japão e só no ano de 2017 mais de 7.000 abandonaram seus empregos e desapareceram.
“Os casos fatais emergiram pela primeira vez, mas o histórico e partes responsáveis ainda não estão claros”, escreveu Nagatsuma em seu artigo.
Ele frisou que o governo precisa fazer mais para compreender o que realmente está acontecendo com os estagiários, já que o programa de treinamento é a base da reforma do sistema de imigração que o governo tem a intenção de introduzir em abril de 2019.
Fonte: Mainichi