O Japão decidiu sair da Comissão Baleeira Internacional – CBI – em uma tentativa de retomar a pesca comercial pela primeira vez em cerca de 30 anos, disseram fontes do governo na quinta-feira (20).
No entanto, é improvável que o Japão pesque baleias comercialmente no Oceano Antártico mesmo após sua saída da CBI, visto que o governo está considerando limitar atividades de caça comercial do Japão a mares próximos, assim como em sua zona econômica exclusiva, frisaram fontes.
A decisão, que será anunciada na próxima semana, ocorre enquanto membros da CBI que são contra e a favor da caça estão amarrados a décadas de confronto.
É extremamente raro para o Japão abandonar uma organização internacional e a saída espalharia críticas de alguns países que são contra à prática da caça.
A razão do Japão também poderia ser questionada, visto que ele é um membro da Convenção das Nações Unidas sobre a Lei do Mar que pede pelo uso e conservação de recursos marinhos através de organizações internacionais.
Para deixar a CBI em 2019, o Japão precisa notificar a comissão até 1º de janeiro.
As tentativas do Japão ao longo dos últimos 30 anos para retomar a pesca comercial de espécies de baleias relativamente abundantes, como a de minke, sempre foi travada por países como a Austrália e Nova Zelândia.
Mais recentemente, sua proposta para flexibilizar as regras de tomada de decisões da CBI também foi rejeitada em uma reunião anual realizada no Brasil em setembro deste ano, levando Tóquio a emitir um alerta abafado de uma potencial saída.
Enquanto o Japão interrompeu a pesca comercial de baleias em linha com uma moratória adotada em 1982 pela CBI, o país vem caçando baleias desde 1987 para o que ele chama de “pesquisa científica”, uma prática criticada internacionalmente como cobertura para a caça comercial.
Sob as regras da CBI, uma decisão de saída se torna efetiva, a princípio, em 30 de junho após notificação à comissão em 1º de janeiro.
O Japão também sugeriu em 2007 que ele poderia sair da CBI, em protesto contra uma proibição sobre a caça comercial, mas depois foi convencido pelos EUA e outros países a continuar na organização.
O Japão se juntou à CBI em 1951. A entidade foi fundada em 1948 sob a Convenção Internacional de Regulamentação das Baleias para conservar os cetáceos e realizar o “desenvolvimento ordenado da indústria baleeira”.
Fonte: Mainichi