Os trabalhos de busca por 154 pessoas desaparecidas na zona de desastre do tsunami continuaram nesta terça-feira (25), com algumas autoridades admitindo que a chance de encontrar mais sobreviventes vivos era baixa.
No resort de praia Tanjung Lesung, onde a banda pop indonésia Seventeen estava se apresentando quando o tsunami ocorreu, o diretor do local, Kunto Wijoyo, disse ao The Guardian que passou a manhã de domingo ajudando a carregar cerca de 106 corpos de pessoas que morreram no retiro de férias.
“Havia homens, mulheres e bebês”, disse ele, ressaltando esperanças de que autoridades considerariam a construção de uma barragem na área para prevenir outros desastres similares.
Soldados vasculharam a costa, drones sobrevoaram locais, enquanto a chuva torrencial estava dificultando as condições para as ambulâncias transportarem os feridos aos hospitais.
Autoridades indonésias confirmaram que 429 pessoas morreram e 1.485 ficaram feridas. Setenta e três hotéis foram destruídos, assim como 882 casas. Mais de 430 barcos foram danificados.
Na segunda-feira (24), autoridades indonésias confirmaram que o tsunami foi causado após uma parte do vulcão Anak Krakatau ter deslizado na direção do oceano.
O vulcão vinha expelindo cinzas e lava há meses antes de uma parte de 64 hectares de seu lado sudoeste ter cedido, disse uma autoridade. “Isso causou um deslizamento submarino e eventualmente provocou o tsunami”, disse Dwikorita Karnawati, chefe da agência de meteorologia.
O fato do tsunami ter sido causado por um vulcão ao invés de um terremoto não acionouo sistema de alerta, dizem cientistas. Residentes de áreas costeiras relataram que não viram nem sentiram quaisquer sinais de alerta antes das ondas de até três metros de altura terem surgido.
A agência de desastres da Indonésia disse inicialmente que não havia ameaça de tsunami de modo algum, mesmo após as ondas mortais terem chegado à costa. Posteriormente, ela foi forçada a emitir uma correção e um pedido de desculpas enquanto ela apontou uma falta de sistemas de pré-aviso ao explicar o grande número de mortos.
“Muitas crianças estão doentes, com febre, e não há água potável suficiente”, disse Rizal Alimin, médico que trabalha para a ONG Aksi Cepat Tanggap, em uma escola local que foi transformada em um abrigo temporário.
Fonte: The Guardian