Quase 7.000 casos de sífilis foram relatados no Japão em 2018, excedendo os 6.000 pela 1ª vez em cerca de meio século e aumentando em quase 1.100 ante o ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo NIID- Instituto Nacional de Doenças Infecciosas em 11 de janeiro.
A disseminação da doença sexualmente transmissível vem sendo causada pelo crescente uso de apps de encontro para smartphones, de acordo com especialistas.
O instituto informou que os relatórios preliminares de infecções por sífilis para o ano passado constataram 6.923 casos, atingindo a marca de 6.000 pela 1ª vez em 48 anos.
A sífilis (梅毒 baidoku, em japonês) foi alarmante no Japão até um pouco depois da 2ª Guerra Mundial, mas o total de casos relatados caiu para várias centenas anualmente até 2011, quando aumentaram novamente.
Primeiro, a doença causa erupções cutâneas. A sífilis também pode levar a danos no sistema nervoso central em estágios avançados. Bebês que são infectados durante a gestação podem sofrer danos graves como perda de visão.
A Treponema pallidum, a bactéria que causa a doença, pode ser combatida com o uso de antibióticos, como penicilina, nos estágios iniciais, mas complicações no cérebro e coração podem ocorrer posteriormente. Não há vacina eficaz. O uso de camisinha pode ser parcialmente eficaz na prevenção da infecção.
As infecções por sífilis estão aumentando principalmente entre mulheres na faixa etária dos 20 anos. De acordo com estatísticas de janeiro a setembro de 2018, o número de pacientes do sexo feminino dessa faixa etária totalizou 893, formando cerca de 20% do total de 5.081 e 50% das cerca de 1.730 pacientes.
Dentre os homens, aqueles com idades entre 20 e 40 anos são suscetíveis à infecção. Por área, grandes cidades registraram os maiores números, como Tóquio (1.284) e Osaka (874).
Uma rota principal de infecção está entre pessoas que trabalham na indústria do sexo e usuários. Uma pesquisa realizada com pacientes ambulatoriais em instalações médicas no distrito de Shinjuku (Tóquio) pelo centro de saúde pública local indicou que metade da pessoas que contraíram sífilis em relações heterossexuais foram infectadas ou pelo uso de serviços sexuais nos últimos seis meses ou trabalham na indústria.
Outros canais para a disseminação, de acordo com especialistas, incluem a interação humana através de apps de encontros ou serviços de rede social. Nos últimos anos, as pessoas que visitam centros de saúde pública começaram a revelar que usam tais apps, de acordo com autoridades da saúde.
Com início neste mês, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar planeja conduzir uma análise detalhada de rotas de disseminação ao perguntar a médicos que relatam infecções por sífilis se seus pacientes trabalharam na indústria do sexo.
Fonte: Mainichi