O Departamento de Justiça dos EUA apresentou várias acusações criminais contra a gigante chinesa das telecomunicações Huawei e sua diretora financeira, Meng Whanzou.
As acusações contra a segunda maior fabricante de smartphones do mundo incluem as de fraude bancária, obstrução de justiça e roubo de tecnologia.
O caso poderá aumentar as tensões entre a China e os EUA e impactar nos esforços de expansão global da empresa chinesa.
Tanto Meng como a Huawei negam as acusações.
Meng foi presa no Canadá em dezembro do ano passado a pedido dos EUA por evadir as sanções contra o Irã.
“Por anos, empresas chinesas têm violado nossas leis de exportação e comprometido as sanções, geralmente usando sistemas financeiros dos EUA para facilitar suas atividades ilegais. Isso vai acabar”, disse o Secretário do Comércio dos EUA, Wilbur Ross.
O indiciamento alega que a Huawei enganou os EUA e um banco global sobre sua relação com duas subsidiárias, a Huawei Device USA e a Skycom Tech, para conduzir negócios com o Irã.
A administração do presidente dos EUA Donald Trump restabeleceu todas as sanções contra o Irã que foram removidas sob um pacto nuclear de 2015 e, recentemente, impôs medidas ainda mais rigorosas, atingindo as exportações de petróleo, transporte e bancos.
Um segundo caso alega que a Huawei roubou tecnologia da T-Mobile usada para testar a durabilidade de smartphones, assim como obstruiu a justiça e cometeu fraude de transferência.
Ao todo, os EUA fixaram 23 acusações contra a Huawei.
A Huawei é uma das maiores empresas de equipamentos e serviços de telecomunicação no mundo, ultrapassando recentemente a Apple para se tornar a segunda maior fabricante de smartphones após a Samsung.
Contudo, os EUA e outras nações ocidentais temem que o governo chinês poderia estar usando a tecnologia da Huawei para expandir sua habilidade de espionagem, embora a empresa chinesa insista que não há controle do governo.
A prisão de Meng, que é filha do fundador da Huawei, enfureceu a China. Ela foi presa em 1º de dezembro na cidade de Vancouver, no Canadá, a pedido dos EUA.
Posteriormente ela foi solta sob fiança milionária por um tribunal local. Contudo, ela está sob vigilância 24 horas e usa tornozeleira eletrônica.
As acusações dos EUA ocorrem um dia após o Canadá ter demitido seu embaixador na China, logo após ele ter dito publicamente que o pedido de extradição dos EUA para Meng era falho.
Dias após a prisão de Meng no Canadá, a China deteve dois canadenses – o ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor – no que alguns têm visto como resposta de retaliação.
Fonte: BBC