O Japão está prestes a atingir o pico da temporada de influenza e, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, 313 mil pessoas contraíram a doença na semana até 23 de dezembro.
Com o fim do feriado de Ano Novo e a reabertura de empresas e escolas, há a possibilidade de que esse número aumente ainda mais. Por isso que nessa temporada o novo e altamente conveniente medicamento Xofluza entrou em cena, e está se tornando a escolha mais popular para tratar a influenza.
Há quatro tipos principais de medicamentos no mercado para tratar influenza. Contudo, após o início das vendas em março, o Xofluza é o primeiro disponível na forma de pastilha e só precisa ser tomado uma vez.
De acordo com a empresa farmacêutica com sede em Osaka, a Shionogi & Co., que desenvolveu o medicamento, o Xofluza contou por 65% das vendas de remédios para tratar influenza de abril a setembro deste ano.
Tratamentos convencionais para influenza previnem a disseminação do vírus fora das células no corpo. Contudo, o Xofluza tem como alvo especificamente a multiplicação do vírus em si dentro das células. Por causa disso, há também a possibilidade de que tomar o medicamento reduz a transmissão do vírus para outras pessoas.
“O uso do Xofluza vai crescer ainda mais”, disse Katsura Sugihara, pediatra e chefe da Your Clinic Ochanomizu no distrito de Chiyoda em Tóquio.
O Xofluza tem se mostrado eficiente no tratamento da influenza, assim como o Tamiflu, através de experimentos conjuntos internacionais em adultos, mas como não se passou muito tempo desde o início das vendas, ainda não há dados suficientes para resultados conclusivos.
Deste modo, a Sociedade de Pediatria do Japão não está recomendando o medicamento nesta temporada como método para tratar a influenza em crianças.
Por outro lado, alguns especialistas estão preocupados com o desenvolvimento de supervírus resistentes a medicamentos. No teste conjunto internacional do Xofluza, vírus resistentes foram detectados em 9,7% dos adultos e 23,3% das crianças para as quais o medicamento foi administrado.
Ambos os números são maiores do que quando pacientes tomaram o Tamiflu. Nos casos onde estirpes resistentes a medicamentos se desenvolvem, levou-se um período de tempo mais longo para sintomas como a febre desaparecerem.
“Estou preocupado com os efeitos da medicação em pacientes com sintomas graves ou más condições”, disse Norio Sugaya, chefe do centro de controle de doenças contagiosas no Hospital Keiyu em Yokohama.
Um representante da Shionogi, por outro lado, disse que a empresa “gostaria de promover o uso apropriado (do Xofluza) através do acúmulo de dados de eficácia e segurança”.
Fonte: Mainichi