Tribunal de Osaka, onde se realizou a quinta audiência (Kansai TV)
Na quinta audiência, na segunda-feira (4), do julgamento da ré brasileira Kate Yuri Oishi, 34 anos, acusada do assassinato e roubo da ex-colega de escola, enfermeira Rika Okada, 29, japonesa de Osaka, soube-se do diagnóstico do psiquiatra.
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No Tribunal de Osaka, o psiquiatra que fez a avaliação da brasileira, deu testemunho. “Sob influência da PID-perturbação de identidade dissociativa, foi dominada pela outra personalidade”, teria explicado, justificando a ação criminal da ré.
Há 5 anos foi até o apartamento da ex-colega de escola, a enfermeira em Osaka, onde a matou, roubou documentos e cartões de crédito e omitiu o corpo. Apesar de assumir a culpa do crime Kate afirma que não tem memória sobre ele.
“A personalidade original da ré Kate é tranquila, mas outra é ousada e cruel. Foi essa que a dominou para o crime”, explicou.
“Houve hesitação por várias vezes por causa da personalidade original, mas não conseguiu conter o crime”, adicionou.
Kate à esq. e a enfermeira Rika, à dir., durante jantar (Kansai TV)
Apesar do advogado admitir o conteúdo da acusação, argumentou que a capacidade de controlar o comportamento da outra personalidade tinha diminuído durante a ação criminosa.
Por conta desse diagnóstico estabeleceu-se um impasse entre defesa e promotoria sobre o grau de responsabilidade criminal da ré.
Em geral, pacientes com PID não têm memória das ações quando da manifestação da outra personalidade. Mas no caso de Kate, é diferente, pois ela consegue trazer essas memórias, portanto, foi diagnosticada com PID considerado leve.
O que é PID
PID-perturbação de identidade dissociativa ou transtorno dissociativo de identidade é um dos transtornos psiquiátricos, o qual era chamado anteriormente de perturbação de personalidade múltipla.
Kate Yuri com sua amiga chinesa, quando fugiu do Japão (Kansai TV)
A explicação sobre esse transtorno foi obtida do site Médico Responde.
Os sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de duas ou mais personalidades distintas, que muitas vezes não têm conhecimento uma da outra. Pessoas com transtorno de personalidade múltipla têm, em média, de 10 a 15 personalidades. No quadro de sintomas ainda têm alucinações, perdas de memória e dificuldade de concentração.
Um dos sinais mais frequentes do transtorno dissociativo de identidade é a perda de memória por períodos indefinidos de tempo. Isso acontece porque quando uma personalidade está no controle, a outra não processa o que está acontecendo e quando ganha consciência não se lembra do que aconteceu.
Contudo, em alguns casos a amnésia não ocorre e as personalidades podem ter conhecimento uma da outra. Nesses casos, a pessoa pode dividir as memórias entre as diferentes identidades, mas quando uma personalidade está no controle do corpo, as outras não influenciam os comportamentos.
Pessoas com transtorno dissociativo de identidade podem ainda ter outros transtornos psicológicos decorrentes da personalidade múltipla, como depressão, ataques de pânico, psicoses, tendências suicidas, fobias, entre outros.
Não se pode confundir com outra doença psiquiátrica, a esquizofrenia, com sintomas diferentes.
Fontes: Sankei, Kansai TV e Médico Responde