O Tribunal de Tóquio aceitou liberar Carlos Ghosn, sob fiança de 1 bilhão de ienes, no terceiro pedido, pelo novo advogado.
Carlos Ghosn (NHK)
O Tribunal de Tóquio acatou na terça-feira (5) o pedido de soltura sob fiança do ex-presidente do conselho da Nissan, Carlos Ghosn, detido desde 19 de novembro do ano passado.
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Esse foi o terceiro pedido e o primeiro apresentado pelo novo advogado do acusado. Se tudo correr bem, deverá ser libertado ainda na terça-feira depois de 107 dias. O valor da fiança é de 1 bilhão de ienes, informou a imprensa japonesa.
O Tribunal de Tóquio deve ter acatado depois de ouvir as opiniões da promotoria e da defesa, julgando improvável que as provas sejam destruídas mesmo com a fiança aceita.
Acredita-se que a promotoria deva tomar contramedidas em relação à fiança. Carlos Ghosn continua se declarando inocente. Mas com o prolongamento da detenção, ele mesmo pediu para ser desligado da diretoria da Renault em janeiro deste ano. Logo após sua prisão, a Nissan o demitiu do cargo de presidente do conselho e mais tarde a Mitsubishi fez o mesmo.
Palavras do advogado
O advogado de Carlos Ghosn, detido com acusação de ter ferido a lei de instrumentos financeiros, deu entrada no pedido de soltura na quinta-feira (28). Os dois pedidos anteriores foram feitos pelo advogado anterior, em janeiro, ambos recusados.
O atual advogado Junichiro Hironaka, nomeado em 13 do mês passado, realizou uma coletiva de imprensa na segunda-feira (4) para explicar a situação de seu cliente. Segundo o renomado jurista a “Nissan já sabia de tudo há 10 anos. É muito estranho ter relatado o caso para acusação”.
Advogado de Carlos Ghosn na coletiva de imprensa (Mainichi)
Afirmou que tem um forte desejo de liberar o seu cliente, sob fiança. Para isso propôs algumas medidas para assegurar que ele não tenha contato com as partes envolvidas, como teme a Justiça.
“A promotoria prolongou a tentativa de detenção para enfraquecer os direitos de defesa do réu, mas é extremamente injusto”, declarou, referindo-se aos mais de 100 dias de prisão.
Fontes: NHK e Mainichi