Mais de três quartos dos japoneses apoiam a permissão para mulheres ascenderem ao Trono do Crisântemo, mostra uma pesquisa de opinião da Nikkei, indicando uma lacuna entre a opinião pública e a resistência do atual governo até agora.
Em relação à aprovação do gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe, ela saltou 7 pontos percentuais em relação à última pesquisa, no fim de março, para 55% na enquete feita entre 10 e 12 de maio.
Também notável foi um aumento na classificação pública do secretário-chefe do gabinete Yoshihide Suga, que recebeu o quarto maior apoio dentre os possíveis candidatos para se tornar o próximo premier do Japão.
O apoio para o gabinete de Abe se recuperou para onde estava logo após a corrida de liderança do dominante Partido Liberal Democrático – LDP em setembro passado. A desaprovação caiu 7 pontos, para 35%.
Questionados sobre quem deveria ser o próximo primeiro-ministro, 23% dos entrevistados nomearam Abe e outros 23% escolheram Shinjiro Koizumi, filho do ex-premier Junichiro Koizumi.
Eles foram seguidos pelo ex-secretário-geral do LDP, Shigeru Ishiba, que ganhou apoio de 11%. Suga, o braço direito de Abe, subiu para o quarto lugar com 7%, alta dos 2% em outubro de 2018.
Com somente três herdeiros do sexo masculino na linha do trono, garantir uma sucessão imperial uniforme é uma questão iminente para a monarquia sobrevivente mais antiga do mundo. Os 76% dos entrevistados a favor de ter uma imperatriz reinante ultrapassou muito os 14% que são contra.
Em uma pesquisa realizada no mês de junho de 2017, 77% apoiaram a ideia e 12% foram contra.
A lei aprovada naquele mês permitindo o então imperador Akihito a abdicar incluiu um adendo observando que o país precisa considerar várias opções para garantir uma sucessão estável. O governo deve retomar a questão após todos os eventos relacionados à ascensão do imperador Naruhito terem sido concluídos no outono.
O imperador Naruhito e sua família têm amplo apoio público, com 78% dos entrevistados dizendo que se sentem ligados à família imperial e 15% dizendo que não.
Mais de 70% dos respondentes de todos os gêneros e faixas etárias sentiram uma conexão, e o sentimento foi principalmente forte dentre aqueles com idades de 40 a 59 anos, a 83%.
Por afiliação política, 84% dos apoiadores do LDP disseram que se sentem conectados à família, comparado a 75% dos que são opostos e 69% de independentes.
Em geral o público está feliz com o nome da nova era, Reiwa, com 72% dos apoiadores do gabinete dizendo que o apreciam. Mesmo dentre aqueles que não apoiam o gabinete, 55% disse que estão satisfeitos com o nome.
A oposição contra o aumento do imposto sobre consumo de 8 para 10 por cento planejado para outubro aparentemente cresceu, com 52% dos entrevistados contra e 41% a favor. Na pesquisa de março 47% dos entrevistados foram contra enquanto 45% eram a favor.
No plano de Abe para revisar a constituição do Japão, 48% dos entrevistados disseram que o estatuto pacifista está bom desse jeito, enquanto que 41% apoiaram uma atualização. Os resultados ficaram amplamente inalterados desde abril de 2018, quando o mesmo tema foi perguntado.
A pesquisa foi conduzida através de discagem aleatória por telefone e recebeu 938 respostas, para uma taxa de resposta de 44,7%.
Fonte: Nikkei